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+ESPORTE - SAÚDE
Cirurgia é a única solução para ligamentos rompidos
CLÁUDIA CROITOR
da Reportagem Local
No último dia 11, o judoca Aurélio Miguel, medalha de ouro
nos Jogos Olímpicos de Seul-88
e uma das esperanças brasileiras em Sydney-2000, teve os ligamentos do joelho direito
rompidos durante um treino.
A lesão de deve afastar o atleta
por pelo menos seis meses dos
tatames, o que põe em risco até
sua participação na Olimpíada.
Para a contusão de Miguel
-a mesma enfrentada pelo
meia Raí, que em 1998 rompeu
os ligamentos do joelho esquerdo durante uma partida e ficou
oito meses sem jogar-, a cirurgia é a única solução.
Os ligamentos são tecidos fibrosos que prendem os ossos
uns aos outros. No caso do joelho, eles ligam o fêmur (osso da
coxa) à tíbia (principal osso da
perna). O que se rompe mais
frequentemente é o ligamento
cruzado anterior, conhecido como ligamento do atleta. O rompimento geralmente é consequência de um giro indevido do
corpo sobre o joelho.
Apesar de ser possível ficar
em pé e andar em linha reta, a
pessoa não consegue, com os ligamentos rompidos, realizar
movimentos de rotação ou andar em terrenos acidentados,
por exemplo, pois ocorre um
falseamento do joelho.
"Se quiser continuar a praticar esportes normalmente, a
pessoa que tiver os ligamentos
rompidos, seja ela um atleta ou
não, deve se submeter a uma
operação", explica Moisés Cohen, chefe do Centro de Traumatologia do Esporte da Unifesp e médico responsável pela
cirurgia no joelho de Raí.
"É possível andar e realizar alguns movimentos sem uma cirurgia, mas isso só agride ainda
mais o joelho", diz o médico.
Para "consertar" os ligamentos rompidos, é preciso fazer
um enxerto, ou seja, usar parte
de outros ligamentos ou tendões no lugar.
"O mais comum é usar uma
parte do tendão da patela (osso
que protege a articulação do
joelho), mas é possível utilizar
outros tendões da perna", afirma Cohen.
Depois da cirurgia, que dura
em média duas horas e é feita
com anestesia local, o próximo
passo é a fisioterapia, que começa ainda no hospital, para
possibilitar a retomada de movimento do joelho.
A fisioterapia ajuda também a
fortalecer os músculos da perna, que deixam de ser movimentados após a operação.
"Mas, mesmo com tratamentos intensos, o organismo precisa de um período -em torno
de seis meses- para que o enxerto possa se adaptar ao joelho. E é preciso respeitar esse
período", afirma Cohen.
RISCO
Muitas pessoas que passam pela
cirurgia conseguem voltar a
praticar esportes mesmo antes
do período previsto para a
recuperação, que é de cerca de
seis meses. Mas é preciso estar
alerta: antes desse tempo, os
ligamentos estão frágeis e
podem se romper outra vez.
DIAGNÓSTICO
Instabilidade no joelho e
dificuldade de firmar a perna são
os principais sintomas de
rompimento dos ligamentos. O
diagnóstico pode ser feito com
um exame clínico e reforçado
pela ressonância magnética. A
radiografia não indica esse tipo
de lesão.
VÍTIMAS
O rompimento dos ligamentos
do joelho já fez muitas "vítimas"
no futebol. Além de Raí,
Giovanni, Amoroso, Aristizábal,
Tiba, Jorginho, Batata,
Karembeau, Elber, Gilmar e Frank
de Boer são alguns dos que já
ficaram afastados dos gramados
por causa da lesão.
E-mail mais.esporte@uol.com.br
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