São Paulo, domingo, 22 de março de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BASQUETE
Sucesso alcançado pelo time feminino nas quadras contrasta com a decadência que o clube vive no futebol
Fluminense "de aluguel' lidera o Brasileiro

da Sucursal do Rio

Apesar da decadência vivida pelo Fluminense no futebol, o time "de aluguel" do clube é o destaque da primeira fase do Campeonato Nacional de basquete feminino.
Com estrutura profissional "importada" da Data Control, que manteve dois times disputando o último Paulista, a equipe é uma das favoritas ao título.
O Fluminense é líder da competição, com 11 vitórias. Perdeu apenas uma. A última vitória foi sobre a Microcamp/Campinas, por 99 a 82, no Rio, na sexta-feira.
Até agora, nenhum time carioca feminino conseguiu conquistar um campeonato brasileiro.
Contrastando com o futebol do clube, rebaixado duas vezes consecutivas na primeira divisão do Brasileiro, o basquete, comandado pela dirigente ex-jogadora Hortência, é um sucesso.
"Não tem muito segredo. O Fluminense é um time que já veio pronto", disse Silvia Luz, 23, uma das estrelas do time, referindo-se à transferência da equipe para o Rio.
Oito jogadoras do grupo são paulistas, e quatro, cariocas.
Além de Silvia, a sua irmã, Cintia, e a veterana pivô Marta são os destaques da equipe.
A criação do forte time do Fluminense faz parte da estratégia da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) de descentralizar o basquete feminino de São Paulo.
"Para quem trabalha com o basquete e sempre tentou descentralizar o esporte, começar o trabalho com uma excelente campanha nos anima ainda mais", disse o técnico Antônio Carlos Vendramini.
O Vila Nova, de Goiás, também está disputando a competição com a estrutura toda importada do Data Control de São Paulo.
Para jogar o campeonato pelo time carioca, a empresa apostou pesado, mas se recusa a revelar cifras. Ela paga salários e aluguéis das residências das jogadoras.
O Fluminense cede o ginásio, o material esportivo para treinamento e os funcionários para auxiliar a comissão técnica (roupeiros, motoristas e fisioterapeuta).
O fato de estar atuando em um clube decadente não atrapalha as jogadoras. "Pelo contrário. Como elas estão acostumadas a trabalhar em times de empresas, algumas até se emocionam quando os torcedores cantam o hino do clube na arquibancada", disse Vendramini.
Apesar da campanha, a passagem do grupo pelo Rio tem prazo para terminar. Em abril, com o encerramento do torneio, o time será desfeito e voltará para São Paulo.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.