São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 2011

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Brasil avança com técnicos "sem taça"

LIBERTADORES
Comandantes de times do país não venceram torneio


Guilherme Pinto/Agência O Globo
Fred e o Fluminense são festejados no desembarque no Rio

LEONARDO LOURENÇO
RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO

Todos os clubes brasileiros que disputaram a fase de grupos da Libertadores avançaram às oitavas, e todos têm comandantes sem títulos, como técnicos, na competição.
Muricy Ramalho, que treinou Fluminense e Santos na fase de grupos, é um dos símbolos de profissional consagrado que ainda não alcançou o topo do continente.
"Claro que é uma competição importante. Também quero vencê-la. Mas não tenho essa loucura, essa obsessão", afirmou Muricy anteontem, após os 3 a 1 do Santos no Deportivo Táchira.
Vencedor de quatro Brasileiros, o técnico que não conseguiu triunfar na Libertadores com o São Paulo e com o São Caetano pode acabar com seu jejum continental numa hipotética final contra o Fluminense, seu ex-clube.
Treinado ainda pelo interino Enderson Moreira, o clube carioca conseguiu uma dramática e pouco provável classificação anteontem na Argentina ao bater por 4 a 2 o Argentinos Juniors. Quando Muricy deixou o clube, o Flu estava com remotas chances.
"O Brasileiro é muito mais difícil que a Libertadores, onde nem sempre o melhor ganha, tanto que não se repete o campeão. De vez em quando aparece um Once Caldas. É um torneio em que existe o imponderável. Um dia ruim e tudo acaba", falou Muricy.
O imponderável foi aliado do Fluminense, que não dependia só de si. Avançou também porque o Nacional não venceu em casa o América do México, clube que bateu o Flu com Muricy no banco e que agora será rival do Santos, do mesmo Muricy.
Nas quartas, é possível que o treinador campeão brasileiro cruze com o Cruzeiro de Cuca. O time mineiro fez a melhor campanha da fase de grupos e tenta um tricampeonato com um técnico que carece de grandes conquistas.
Cuca esteve perto de ganhar a Libertadores em 2004, quando caiu nas semifinais diante da surpresa Once Caldas, citada por Muricy. E o clube colombiano será o rival do Cruzeiro de Cuca agora.
Outro hipotético confronto das quartas entre brasileiros seria o maior duelo entre Grêmio e Inter na história. Além do possível Gre-Nal na Libertadores, algo inédito, os times têm ídolos no banco que brilharam em campo no torneio, mas que tentam se firmar como grandes técnicos.
Falcão, vice da Libertadores em 1980, assumiu o Inter na fase de grupos na vaga de Celso Roth, campeão continental em 2010. Foi um tipo de resposta ao Grêmio de Renato Gaúcho, ídolo tricolor desde a Libertadores de 1983.
Renato quase ganhou a América também como técnico em 2008, mas a LDU superou na final o Fluminense. O time carioca anseia pela volta de Abel Braga, campeão com o Inter em 2006, mas isso não deverá ocorrer até o fim da Libertadores.


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