RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Paulo Bonamigo é o terceiro técnico do Palmeiras no ano e o único que pôde aproveitar os reforços mais ousados do clube da era pós-Parmalat, mas já é ofensivamente o mais pobre dos treinadores palmeirenses em 2005.
Contra o Cruzeiro, no Mineirão, o time de Bonamigo tentará romper o jejum de quatro jogos sem vitória e o de 415 minutos sem um gol que não seja de pênalti.
Nas últimas quatro partidas, o Palmeiras perdeu três. Pior: marcou só um gol, de penalidade máxima -o tento de Marcinho ainda só foi possível porque o árbitro mandou cobrança falha de Gioino contra o Paraná ser repetida.
Com Estevam Soares, que teve três derrotas à frente do Palmeiras neste ano, número já alcançado por Bonamigo, o time alviverde marcou na temporada 1,88 gol por jogo. Candinho assumiu, e a média de gols por partida caiu para 1,5. Com Bonamigo, agora a média é de só um gol por jogo.
Para piorar o quadro, os últimos três jogos da equipe foram no Parque Antarctica, um deles pelas oitavas-de-final da Libertadores.
O Palmeiras já é o segundo time do país que mais investiu para a temporada no futebol brasileiro. Só em Juninho e Marcinho, o time gastou US$ 3,8 milhões (cerca de R$ 9,5 milhões). E Bonamigo foi o único técnico que pôde usufruir dos dois talentosos atletas.
Ele justifica os resultados ruins exatamente pelos novos reforços.
""É falta de entrosamento", afirmou, não se preocupando com a série negativa nem com a dura seqüência que tem pela frente -depois do Cruzeiro fora, tem clássicos contra São Paulo, na Libertadores, e Santos, no Nacional.
A diretoria palmeirense já havia demonstrado insatisfação com a insistência de Bonamigo com o volante Marcinho Guerreiro. Ele começou jogando na derrota por 1 a 0 para o São Paulo na quarta-feira, mesmo quando era bastante criticado, mas agora perdeu lugar.
""Temos que dar um descanso para ele se recuperar. O Marcinho [Guerreiro] é um jogador importante e viajará conosco, mas é bom preservá-lo porque, do contrário, talvez não possa nem mais ficar no clube", disse Bonamigo.
Com a volta de Magrão ao meio-campo, o mais provável é que haja o deslocamento de Correa para a ala direita. "Ele vinha ocupando o mesmo espaço do Magrão no campo", disse Bonamigo, cujo time mostra "pegada", passes errados e falta de pontaria.
Segundo o Datafolha, o aproveitamento de finalizações do Palmeiras é pífio. O time acerta com Bonamigo só 26,3% dos chutes a gol, sendo o segundo pior nesse quesito no Nacional.
Com seu atual técnico, o Palmeiras faz mais faltas (27,5) e erra mais passes (79,8% de aproveitamento), em média por partida, do que fazia e errava com os seus dois outros treinadores no ano.
Com quatro pontos, o time precisa hoje de gols. E quarta, na Libertadores, precisará ainda mais.