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FUTEBOL
Boca reclama de gol anulado, brasileiros, de dois pênaltis que juiz não deu; Asprilla e Roque Jr. dão vitória a rivais
Arbitragem erra e irrita as duas equipes
DA REPORTAGEM LOCAL
Na disputa de pênaltis, o Palmeiras perdeu o título da Libertadores-2000 para o Boca Juniors e
a chance de voltar a Tóquio para o
Mundial interclubes.
Depois de um jogo sem gols, os
argentinos fizeram 4 a 2 nos pênaltis. Para o Palmeiras, erraram
Asprilla e Roque Júnior -o goleiro Córdoba defendeu as duas penalidades- e marcaram Alex e
Rogério. Para o Boca, fizeram
Schelotto, Riquelme, Palermo
-que no ano passado perdeu
três cobranças num jogo da Argentina, pela Copa América, contra a Colômbia- e Bermúdez.
Durante o tempo regulamentar,
a partida foi marcada por erros da
arbitragem, que provocaram reclamações dos dois lados.
O time de Luiz Felipe Scolari,
que na véspera do jogo afirmava
que havia um complô para tirar o
título do Palmeiras, provocando a
ira da Confederação Sul-Americana de Futebol, reclamou de dois
pênaltis não marcados.
Os argentinos, por sua vez, protestaram contra um gol de Palermo, no começo da partida, anulado graças a um impedimento que,
na verdade, não existiu.
Fugindo da tônica da Libertadores-2000, que apresentava antes do jogo de ontem uma média
de 3,47 gols por partida -a mais
alta depois de 1964, quando o Santos representou o Brasil no torneio-, o confronto no Morumbi
decepcionou pela falta de gols.
Scolari tentou adotar o sistema
de jogo da segunda partida contra
o Corinthians, pelas semifinais da
Libertadores, quando o Palmeiras, com três atacantes, apresentou um futebol mais ousado.
Mas não foi o que aconteceu no
primeiro tempo do jogo de ontem. Apresentando falhas no
meio-campo -Alex, em especial,
demonstrava muita apatia-, o
Palmeiras deixou o Boca pressionar a maior parte do tempo, ficando acuado na defesa e oferecendo pouco perigo aos rivais.
Logo aos 4min, não fosse um erro da arbitragem, o Boca teria
aberto a contagem.
Num lance em que o volante
Galeano recuou a bola, foi anotado impedimento do ataque argentino, quando o atacante Palermo tocava para o gol.
Por duas razões não houve impedimento. A primeira, o fato de a
bola ter sido recuada por um jogador do Palmeiras. A segunda,
porque Rogério, que jogava na lateral, dava condições de jogo ao
ataque argentino.
Com Rogério mal na lateral e
Marcelo Ramos, atacante que
Scolari escalou ontem entre os 11
titulares, com dificuldades para
superar a marcação adversária,
era o Boca que criava as principais
jogadas de ataque.
O primeiro chute a gol palmeirense foi aos 28min, quando os argentinos já tinham chutado quatro vezes contra o gol de Marcos.
No final do primeiro tempo, o
domínio argentino era evidente.
Além de ter ficado 54% do tempo
com a posse de bola -13min02s
contra 11min16s do Palmeiras-,
o Boca deu sete chutes a gol, contra três do time de Scolari.
Preocupada, a torcida do Palmeiras encerrou a etapa inicial
pedindo raça a seus jogadores.
Para a fase final, os paulistas voltaram mais determinados.
Com Asprilla no lugar de Marcelo Ramos, que saiu contundido
aos 36min do primeiro tempo, o
Palmeiras criou em apenas dez
minutos quatro chances de gol.
Na melhor delas, Euller tocou
para Asprilla. Empurrado pela zaga adversária, o colombiano acabou tocando para fora. Revoltados, os atletas palmeirenses cercaram Epifânio González, mas o juiz
não assinalou o pênalti.
Aos 11min, o árbitro paraguaio
voltou a provocar a irritação dos
comandados de Scolari, quando
novamente não marcou pênalti
após o atacante Pena ter sido
agredido pelo goleiro Córdoba.
A partir dos 20 minutos, com as
duas equipes preocupadas em
não tomar gol, o jogo ficou mais
tenso, embora o Palmeiras continuasse um pouco melhor. No final, a torcida voltou a reclamar da
atuação do time de Scolari. Já os
argentinos festejavam, esperançosos de vencer nos pênaltis.
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