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QUARTAS/ HOJE
Duelo define o 1º país muçulmano em semifinais
No limite, Senegal quer alcançar nova façanha
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SHIZUOKA
Na véspera da partida que pode
entrar para a história do futebol
africano, Bruno Metsu, técnico do
Senegal, brincou e afirmou que
pensou em jogar a toalha.
Não por qualquer desavença interna no time, que enfrenta hoje,
às 8h30, em Osaka, a seleção turca, mas por insistir em que seus
jogadores já chegaram ao limite.
"Não é jogo de cena. Disse isso a
semana inteira e repito agora
mais uma vez. Estou preocupado,
sim, porque meu time está extenuado. Tivemos uma batalha
atrás da outra, quatro jogos dificílimos, e todo mundo está debilitado, principalmente do ponto de
vista emocional", comentou.
Se conseguir superar o cansaço,
o Senegal vai protagonizar o
maior feito da história do futebol
africano. Pela primeira vez uma
seleção do continente chegaria às
semifinais de uma Copa. Em 90,
Camarões poderia ter ficado entre
os quatro primeiros na Itália, mas
caiu diante da Inglaterra.
Mesmo se os africanos perderem, no entanto, um feito inédito
irá ocorrer. Pela primeira vez um
país muçulmano estará nas semifinais de um Mundial. Se não for o
Senegal, será a Turquia.
Para alcançar o feito inédito
-já protagonizou um ao vencer,
como estreante, a França, atual
campeã, na abertura da Copa-2002-, Metsu, mais uma vez, deve se preocupar antes em neutralizar as jogadas adversárias.
Nos primeiros jogos da Copa,
contrariando o que é tido como
uma característica das seleções
africanas, rotuladas como ofensivas e ineficientes na defesa, o time
senegalês priorizou destruir os
ataques rivais e terminou as oitavas-de-final como o que mais desarmou na Copa -foram 165,5
desarmes por partida, em média,
segundo o Datafolha.
O Senegal chegou também às
quartas-de-final como a sexta seleção mais violenta do Mundial,
com 20,8 faltas cometidas em média por jogo. Entre as oito equipes
que iniciaram essa fase da competição, é a terceira mais violenta.
Se no número de desarmes o Senegal é o principal destaque, o
mesmo não acontece no ataque,
quando se trata de finalizações.
Os africanos terminaram as oitavas-de-final em 21º lugar, com
11,5 chutes a gol por jogo.
A equipe também foi a segunda
que mais usou os contra-ataques
-média de 12 por partida, ficando atrás do Brasil- e apenas a 20ª
em posse de bola (25min56), o
que mostra a sua tendência de esperar o rival na defesa para roubar a bola e contra-atacar.
Uma das explicações para a
preocupação tática, antes rara em
times africanos, é o fato de quase
toda a equipe atuar na Europa e
de o técnico ser francês.
De seus 23 jogadores, 21 chegaram à Ásia como atletas de times
franceses. Aliou Cisse, capitão do
Senegal, acredita que jogar na
França ajudou a equipe. "Lapidamos o talento dos atletas com o
profissionalismo europeu. Hoje
nos preocupamos em jogar para a
frente e em obter resultados."
Mas o zagueiro Papa Malick
Diop acha que ainda faltam muitos detalhes a ser corrigidos.
"Nosso posicionamento ainda
não é correto. Em alguns momentos, ficamos desguarnecidos."
De fato, apesar de toda a preocupação defensiva, o time já sofreu cinco gols no torneio. Os turcos, por sua vez, sofreram três.
NA TV - Globo e Sportv, ao
vivo, às 8h30
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