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SONINHA
Cautela e ousadia, além de xadrez e futebol
Foi um belo espetáculo,
em quatro atos distintos.
No primeiro, Inglaterra e
Brasil mediram forças, tentando conquistar territórios com
cautela. Parecia xadrez? Sim, só
precisava de uma ampulheta
para limitar as jogadas... até
que um ousado cavaleiro da
rainha -Owen, que ainda não
tinha tocado na bola- "comeu" um dos nossos e abriu
vantagem no tabuleiro. Xeque.
Segundo ato: depois de breve
desestabilização, o Brasil retomou a calma. Assumiu o papel
de time "esforçado", tocando a
bola o suficiente para impedir a
Inglaterra de jogar, mas não
para empatar o jogo.
Foi a vez de a ousadia de Ronaldinho abrir o terceiro ato: livre como a própria rainha, hábil e veloz, com movimentação
imprevisível, ele derrubou as
torres da defesa e serviu Rivaldo, que foi perfeito na conclusão. Fim do primeiro tempo,
com nossas peças em vantagem.
Contudo a conclusão do terceiro ato foi dramática. O clímax veio com o gol de Ronaldinho; o anticlímax, com a sua
expulsão. O epílogo tinha tudo
para ser trágico.
Mas não foi. Organizado e seguro, o Brasil "administrou" o
jogo até o fim. Não teve muita
gana pelo ataque, mas parou a
Inglaterra como se estivesse em
igual número. Tive medo de um
erro nosso no final -trauma de
82-, mas não da pressão inglesa, que não houve. Xeque-mate!
Conclusão: tivemos organização, talento e garra, o melhor
que podemos oferecer. Os atores
merecem aplausos.
soninha.folha@uol.com.br
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