São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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SONINHA

Cautela e ousadia, além de xadrez e futebol

Foi um belo espetáculo, em quatro atos distintos. No primeiro, Inglaterra e Brasil mediram forças, tentando conquistar territórios com cautela. Parecia xadrez? Sim, só precisava de uma ampulheta para limitar as jogadas... até que um ousado cavaleiro da rainha -Owen, que ainda não tinha tocado na bola- "comeu" um dos nossos e abriu vantagem no tabuleiro. Xeque.
Segundo ato: depois de breve desestabilização, o Brasil retomou a calma. Assumiu o papel de time "esforçado", tocando a bola o suficiente para impedir a Inglaterra de jogar, mas não para empatar o jogo.
Foi a vez de a ousadia de Ronaldinho abrir o terceiro ato: livre como a própria rainha, hábil e veloz, com movimentação imprevisível, ele derrubou as torres da defesa e serviu Rivaldo, que foi perfeito na conclusão. Fim do primeiro tempo, com nossas peças em vantagem.
Contudo a conclusão do terceiro ato foi dramática. O clímax veio com o gol de Ronaldinho; o anticlímax, com a sua expulsão. O epílogo tinha tudo para ser trágico.
Mas não foi. Organizado e seguro, o Brasil "administrou" o jogo até o fim. Não teve muita gana pelo ataque, mas parou a Inglaterra como se estivesse em igual número. Tive medo de um erro nosso no final -trauma de 82-, mas não da pressão inglesa, que não houve. Xeque-mate!
Conclusão: tivemos organização, talento e garra, o melhor que podemos oferecer. Os atores merecem aplausos.

soninha.folha@uol.com.br



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