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ATENAS 2004
Em acordo não-oficial, Grécia, que gastou US$ 1,2 bi em segurança, burla lei e libera proteção americana
EUA levam agente armado e FBI aos Jogos
DA REPORTAGEM LOCAL
Agentes armados dos EUA irão
zelar pelos atletas do país na
Olimpíada. Após intensa negociação, autoridades gregas permitiram que 400 norte-americanos
com armas sejam enviados para
Atenas. O privilégio poderá ser estendido também aos britânicos.
A Grécia não deve reconhecer
oficialmente o acordo, que fere a
lei do país -é vetado que estrangeiros entrem armados em seu
território. Teme também incitar o
sentimento anti-EUA e receber a
pressão de outros países que possam reivindicar o privilégio.
Até hoje, o único país que pode
usar agentes armados nos Jogos é
Israel. A medida foi tomada após
os Jogos de Munique. Em 1972, a
delegação israelense foi alvo de
atentado que chocou o mundo.
Um grupo terrorista palestino entrou na Vila Olímpica, matou dois
atletas e fez outros de reféns. Fracassada tentativa de resgate resultou na morte de mais nove.
"Estou certo de que poderemos
usar nossas armas", disse um oficial dos EUA ao diário "The New
York Times". Segundo ele, os gregos fizeram concessões que não
serão divulgadas. "Nós vamos
tentar fazer isso da melhor forma,
para não ferir o orgulho deles."
Além das forças especiais, cerca
de cem agentes serão guarda-costas de atletas e autoridades. A
equipe inclui o FBI, a polícia federal americana. Em Sydney-00, o
país levou 601 competidores.
Os EUA estão no grupo de sete
países, em parceria com a Otan,
que tentam fazer da Olimpíada de
agosto a mais segura da história.
A principal preocupação são os
ataques terroristas, intensificada
após os atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York, e de 11
de março deste ano, em Madri.
Atenção semelhante com a segurança só havia sido vista em
Atlanta-96. Nos EUA, atentado a
bomba matou duas pessoas.
O investimento no setor será de
US$ 1,2 bilhão (cerca de quatro
vezes o valor despendido em
Sydney-00), com cerca de 70 mil
agentes trabalhando.
O governo da Grécia negou que
tenha liberado os agentes dos
EUA a andarem armados e disse
que a segurança dos atletas será
feita só pelos gregos. Autoridades
estrangeiras, no entanto, poderão
contar com seu próprio esquema.
"A visita de líderes de vários países é feita sob um protocolo especial de segurança", afirmou o ministro da Ordem Pública, Giorgos
Voulgarakis, sem deixar claro, no
entanto, se o uso de armas próprias faz parte desse protocolo.
O governo grego teme que a
presença de guardas estrangeiros
armados possa minar a autoridade de seus agentes. Também está
preocupado com as reações deles
diante de protestos de rua, manobras de motos para fugir do trânsito ou até pequenas bombas
plantadas por grupos anarquistas.
Em maio, a capital grega foi
atingida por dois atentados a
bomba sem vítimas.
Com agências internacionais
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