RODRIGO BUENO

Liberaram o acesso à lendária Libertadores da América.
Já foi decidido que o principal torneio interclubes sul-americano terá 32 equipes no ano que vem, mas uma série de questões decorrentes do inchaço do torneio não estão definidas.
Imaginando que o torneio tenha grupos (provavelmente oito com quatro times cada), espera-se que os cinco times brasileiros sejam dispostos em chaves distintas. Mas, se todos tiverem sucesso em suas campanhas, poderíamos ver uma inédita semifinal entre clubes do mesmo país.
Outro ponto importante: o Palmeiras, atual campeão, poderia ter que jogar já na primeira fase. Tradicionalmente, os detentores do título estréiam em fases adiantadas, mas, com 32 equipes, seria um pouco difícil aplicar essa vantagem.
O torneio do ano que vem terá as eliminatórias como concorrente. Um possível aumento no número de datas poderia encontrar alguma rodada do torneio classificatório para o Mundial.
A decisão do Comitê Executivo da Confederação Sul-Americana também gera dúvidas éticas. Mudaram a regra durante a competição. Além de as federações nacionais terem que ""escolher" às pressas novos representantes no torneio, a Libertadores-2000 já começou mesmo.
Toluca, Cruz Azul, América, Guadalajara e Atlas, times mexicanos, estão disputando uma fase classificatória. E a Sul-Americana não definiu como será a participação mexicana no ano que vem -as 32 vagas estão distribuídas entre as dez federações que são filiadas à Conmebol.
A Libertadores viverá momento crucial em 2000. O contrato de patrocínio com a Toyota expira, e a empresa japonesa estuda pular fora. A Sul-Americana precisava fortalecer seu principal interclubes, ameaçado até pela recente Copa Mercosul.
Inspirada no inchaço da Copa dos Campeões, a Libertadores se adequou à fase mercadológica do futebol, que põe o charme e a tradição em segundo plano.

NOTAS

Eliminatórias
A Sul-Americana divulgou já as datas das rodadas do torneio. Mas esqueceu uma rodada (são 18 e estão definidas 17). Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai se uniram contra La Paz. Não querem jogar em elevadas altitudes. Isso vale também para possíveis escolhas de mando de Colômbia e Equador. Peruanos tentaram dar lógica à tabela, variando sistematicamente mandantes e visitantes, mas a proposta não atendeu às maiores potências do continente. Praticamente oito propostas de tabela foram discutidas na reunião de quinta-feira. Quase todas as federações levaram suas tabelas. A Sul-Americana ""lavou as mãos" e fez questão de lembrar que as eliminatórias são um torneio da Fifa. Se a máxima entidade do futebol não aprovar o projeto, nada está valendo. Avalizado mesmo, só o sistema todos contra todos e as quatro vagas e meia do continente em 2002.

E-mail: rbueno@folhasp.com.br

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