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HANDEBOL
Esporte leva R$ 2,2 milhões da Petrobras, mas
só fala em melhorar o 22º lugar entre 24 times obtido em 2003
Turbinada, seleção é coadjuvante em Mundial masculino
DA REPORTAGEM LOCAL
Laureado com a renovação do
patrocínio da Petrobras, o handebol tem, a partir de hoje, seu primeiro desafio em 2005. Renovada, a seleção masculina estréia
contra a Noruega, no Mundial da
Tunísia, sem grandes ambições.
"Esse é o momento de testarmos novos jogadores. O Mundial
não classifica para nada", diz o
técnico Washington Nunes, que
só espera uma colocação melhor
do que o 22º lugar entre 24 equipes na última edição do campeonato, em Portugal, há dois anos.
A Petrobras, que começou a investir na modalidade em 2003
com uma verba de R$ 500 mil, renovou com o handebol por mais
um ciclo olímpico. Neste ano, o
patrocínio atingiu R$ 2,2 milhões.
Mas nem ela espera resultados
imediatos. "Estamos bem longe
do pódio. O Brasil ainda está distante dos europeus", comenta
Gilberto Barros, da gerência de
patrocínio esportivo da estatal.
Estruturada fora de quadra, a
seleção enfrenta obstáculos dentro dela. Problemas de lesão, pendências contratuais ou opções do
treinador deixaram a equipe com
apenas três remanescentes da
campanha olímpica, quando o
Brasil ficou em décimo lugar:
Marcão, Bruno Santana e Tupan.
A baixa mais significativa foi a
de Bruno Souza, 27, que joga na
Alemanha e não foi liberado por
sua equipe, o Goppingen. Em
2003, o armador-esquerdo foi
eleito o terceiro melhor jogador
do mundo em enquete promovida pela federação internacional.
Mas os desfalques não pararam
aí. Jaqson e Gustavo nem foram
convocados. O primeiro sofreu lesão no joelho esquerdo. Já Gustavo passou por cirurgia no ombro.
Durante a fase de treinos no
Brasil, Nunes perdeu o goleiro
Alê, que teve diagnosticado um
aumento no tamanho do baço.
O último revés aconteceu já na
Europa, para onde a seleção viajou em sua última etapa de preparação. Na quinta, o armador-direito Adalba sofreu uma fissura
no pé direito. Foi cortado. Sem
ele, Nunes optou por inscrever
apenas 15 jogadores no Mundial.
Com muitos atletas novatos, casos de Alemão, 20, Boi, 20, Pré, 20,
Diogo, 21, e Zeba, 21, a média de
idade do time é baixa, de 23 anos.
"Nosso grupo de Atenas era
mais velho. O time atual não é
muito rodado. Mas se não fizermos renovação, vai chegar no Pan
de 2007 [no Rio] ou nos Jogos de
2008 [em Pequim] e esses atletas
não vão ter experiência alguma",
argumenta Tupan, 25, um dos
poucos que jogam no exterior.
"O brasileiro que atua na Europa é visto com outros olhos. É como se um japonês fosse jogar futebol no Brasil. As pessoas se perguntam: o que esse cara veio fazer
aqui? É complicado", relata ele,
que tenta deixar de ser "japonês"
defendendo o Niestetal-Staufenberg, da segunda divisão alemã.
O outro brasileiro do grupo que
está na Europa não nega a ascendência nipônica. O meia-esquerdo Gustavo Nakamura, 22, conhecido como Japa, se destacou
na seleção júnior, oitava colocada
no Mundial-03. As boas atuações
já renderam um contrato com o
Três de Maio, de Tenerife (Espanha).
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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