São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 2005

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HANDEBOL

Esporte leva R$ 2,2 milhões da Petrobras, mas só fala em melhorar o 22º lugar entre 24 times obtido em 2003

Turbinada, seleção é coadjuvante em Mundial masculino

DA REPORTAGEM LOCAL

Laureado com a renovação do patrocínio da Petrobras, o handebol tem, a partir de hoje, seu primeiro desafio em 2005. Renovada, a seleção masculina estréia contra a Noruega, no Mundial da Tunísia, sem grandes ambições.
"Esse é o momento de testarmos novos jogadores. O Mundial não classifica para nada", diz o técnico Washington Nunes, que só espera uma colocação melhor do que o 22º lugar entre 24 equipes na última edição do campeonato, em Portugal, há dois anos.
A Petrobras, que começou a investir na modalidade em 2003 com uma verba de R$ 500 mil, renovou com o handebol por mais um ciclo olímpico. Neste ano, o patrocínio atingiu R$ 2,2 milhões.
Mas nem ela espera resultados imediatos. "Estamos bem longe do pódio. O Brasil ainda está distante dos europeus", comenta Gilberto Barros, da gerência de patrocínio esportivo da estatal.
Estruturada fora de quadra, a seleção enfrenta obstáculos dentro dela. Problemas de lesão, pendências contratuais ou opções do treinador deixaram a equipe com apenas três remanescentes da campanha olímpica, quando o Brasil ficou em décimo lugar: Marcão, Bruno Santana e Tupan.
A baixa mais significativa foi a de Bruno Souza, 27, que joga na Alemanha e não foi liberado por sua equipe, o Goppingen. Em 2003, o armador-esquerdo foi eleito o terceiro melhor jogador do mundo em enquete promovida pela federação internacional.
Mas os desfalques não pararam aí. Jaqson e Gustavo nem foram convocados. O primeiro sofreu lesão no joelho esquerdo. Já Gustavo passou por cirurgia no ombro.
Durante a fase de treinos no Brasil, Nunes perdeu o goleiro Alê, que teve diagnosticado um aumento no tamanho do baço.
O último revés aconteceu já na Europa, para onde a seleção viajou em sua última etapa de preparação. Na quinta, o armador-direito Adalba sofreu uma fissura no pé direito. Foi cortado. Sem ele, Nunes optou por inscrever apenas 15 jogadores no Mundial.
Com muitos atletas novatos, casos de Alemão, 20, Boi, 20, Pré, 20, Diogo, 21, e Zeba, 21, a média de idade do time é baixa, de 23 anos.
"Nosso grupo de Atenas era mais velho. O time atual não é muito rodado. Mas se não fizermos renovação, vai chegar no Pan de 2007 [no Rio] ou nos Jogos de 2008 [em Pequim] e esses atletas não vão ter experiência alguma", argumenta Tupan, 25, um dos poucos que jogam no exterior.
"O brasileiro que atua na Europa é visto com outros olhos. É como se um japonês fosse jogar futebol no Brasil. As pessoas se perguntam: o que esse cara veio fazer aqui? É complicado", relata ele, que tenta deixar de ser "japonês" defendendo o Niestetal-Staufenberg, da segunda divisão alemã.
O outro brasileiro do grupo que está na Europa não nega a ascendência nipônica. O meia-esquerdo Gustavo Nakamura, 22, conhecido como Japa, se destacou na seleção júnior, oitava colocada no Mundial-03. As boas atuações já renderam um contrato com o Três de Maio, de Tenerife (Espanha). (ADALBERTO LEISTER FILHO)


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