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FUTEBOL
Todas as equipes grandes têm jogadores de pouca projeção ou em má fase vestindo a camisa que simboliza técnica
Crise dos 10 conspira contra o Paulista
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O nível técnico do Paulista-04
vai mal, e muito disso é culpa daqueles que vestem a camisa que
virou símbolo de técnica no país.
Os quatro grandes do Estado
têm hoje vestindo suas camisas
número 10 jogadores de pouca
projeção ou em má forma.
Tanto assim que nenhum dos
quatro aparece com destaque na
artilharia ou nos fundamentos
contabilizados pelo Datafolha.
O corintiano Gil, 23, e o santista
Diego, 18, ainda não balançaram
as redes no campeonato. O são-paulino Marquinhos, 22, e o palmeirense Diego Souza, 19, já marcaram, mas estão bem longe de
brilhar e empolgar os torcedores.
Atletas que já serviram a seleção
brasileira, Gil e Diego não são no
Estadual nem sombra do que já
foram em outras competições.
Gil, por exemplo, representa
bem a queda de rendimento dos
dribladores. No ano passado, ele
foi o terceiro colocado desse ranking do Datafolha, com média de
4,5 tentativas por partida.
Hoje, não aparece nem entre os
20 melhores e não executa a metade das fintas que costumava aplicar em 2003. Sua média atual é de
dois dribles. O jogador culpa a inflamação no púbis que o tirou dos
últimos jogos do Corinthians pela
queda. "É a pior contusão que já
tive. No começo, joguei com dores, achava que a região estava dolorida por causa dos treinos da
pré-temporada", afirmou Gil.
O fracasso no Pré-Olímpico do
Chile e a falta de férias parecem
ter afetado Diego. Um dos jogadores mais badalados do país, ele
não aparece entre os dez melhores em nenhum dos rankings elaborados pelo Datafolha.
Assim, vem sendo substituído
com freqüência pelo técnico
Emerson Leão, que deu um recado ao meia após ver seu pupilo reclamar ao ser sacado no jogo contra o Jorge Wilstermann pela Libertadores. "Quem não se encaixar não joga", afirmou Leão.
Companheiros de Santos que
também naufragaram no Chile e
estão sem férias, especialmente
Robinho, continuam em alta. O
atacante já fez seis gols, é o vice-artilheiro do Paulista e está entre
os quatro maiores dribladores.
Sem crédito
Se Gil e Diego ainda têm crédito
para queimar, o são-paulino Marquinhos e o palmeirense Diego
Souza tentam, principalmente o
primeiro, acabar com a desconfiança das arquibancadas.
Indicado pelo técnico Cuca,
com quem trabalhou no Paraná,
Marquinhos foi escolhido pelo
São Paulo para vestir a camisa 10
por toda a temporada -o clube
adotou uma numeração fixa.
Dentro de campo, não justificou
a honraria. Ele não consegue em
nenhum fundamento lugar entre
os 20 melhores do campeonato.
Anteontem, contra o Sorocaba,
marcou seu primeiro gol no Paulista, mas antes, no intervalo, foi
advertido por Cuca. O treinador
disse a ele que, caso não quisesse
jogar, era só pedir para sair.
Marquinhos tem como sombra
o meia Souza, nome que a torcida
são-paulina pede com certa freqüência nos jogos no Morumbi.
No Palmeiras, Diego Souza não
repete em 2004 o bom desempenho do ano passado, quando era
um dos destaques do meio-campo da equipe na campanha vitoriosa na Série B.
Contra o São Caetano, sábado, o
jovem meia ainda foi protagonista de um lance violento. Ele deu
uma entrada desleal no zagueiro
Gustavo. Jogando assim, Diego
Souza já acumulou três cartões
amarelos e vai desfalcar o Palmeiras na próxima rodada.
Colaborou Ricardo Perrone,
da Reportagem Local
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