São Paulo, sexta-feira, 23 de março de 2001

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Lei foi aprovada sem discussão na Câmara de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A lei 11.786, que torna obrigatória a numeração de toda a lotação de ginásios esportivos e estádios de futebol -dentre outros estabelecimentos-, não foi objeto de discussão dos vereadores de São Paulo.
A Folha apurou que um acordo das lideranças dos diversos partidos estabeleceu que seriam escolhidos alguns projetos de lei dos vereadores reeleitos para serem aprovados sem discussão.
"Acho que, por ser uma lei velha (de 1995) e não ter passado por plenário, o vereador Gilberto Natalini (PSDB-SP) não tem conhecimento dela", disse José Cássio, assessor de imprensa de Natalini, líder de seu partido na Câmara Municipal.
O autor do projeto, José Mentor (PT-SP), redigiu-o ainda durante a gestão do ex-prefeito Paulo Maluf (1993 a 1996).
"Passamos muitos anos, de 1995 para cá, só envolvidos em CPIs e no processo de impeachment do ex-prefeito Celso Pitta. Ficamos sem aprovar nada todo esse tempo e, agora, algumas medidas que foram propostas antes ficaram velhas", disse o vereador Ricardo Montoro (PSDB-SP).
Segundo Montoro, a lei que obriga a numeração das arquibancadas de ginásios e estádios esportivos é um exemplo disso. Para o vereador, até a questão "tecnológica" foi esquecida.
"Hoje os ingressos são engolidos pelas catracas nas entradas dos estádios. Com a lei, o torcedor terá que ficar com um comprovante do lugar que comprou. Mas será que 120 dias serão suficientes para isso?", afirmou Montoro, que deve propor, hoje, a Mentor uma revisão na lei.
"A lei é boa, mas temos que chamar gente do esporte para discutir o assunto. Além de ter de ser modernizada, do jeito que está, a lei onera os clubes pequenos, que tem um papel social, e não comercial, em seus bairros", afirmou. (MR)


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