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Sotaque sulista move Palmeiras na estréia
KLEBER TOMAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mais uma vez o Palmeiras aposta no chimarrão para aquecer seu
time. A saudade dos bons tempos
de Luiz Felipe Scolari levou o clube a contratar o técnico gaúcho
Paulo Bonamigo, que estréia hoje
com a equipe no Brasileiro.
O Palmeiras com sotaque sulista encara o São Caetano, às 18h10,
no ABC, disposto a voltar a ganhar um título de relevância. O último foi o da Copa dos Campeões
de 2000, por ironia com o pelotense Flávio Teixeira, o Murtosa.
Desde a "era Scolari" no Parque
Antarctica, que teve o auge há seis
anos, quando o time foi campeão
da Libertadores (maior conquista
da história do clube), nenhum outro grande de São Paulo apelou
tanto para a tradição dos técnicos
dos pampas quanto o alviverde.
Com Bonamigo, 44, natural de
Ijuí, o Palmeiras contabiliza agora
quatro gaúchos desde 1999 -Celso Roth completa a lista.
Enquanto isso, Santos (Roth-02), São Paulo (Carpegiani-99) e
Corinthians (Tite-04) tiveram cada qual somente um representante oriundo do Rio Grande do Sul.
"É claro que o fato de o Bonamigo ser gaúcho pesou na sua vinda.
Como Felipão ele vai se dar bem
aqui", afirma Affonso della Monica, presidente do Palmeiras.
Dos "gaúchos palmeirenses",
Murtosa foi o recordista de passagens, com duas. Ex-auxiliar técnico de Scolari, assumiu como interino em 2000 e depois em 2002.
Foram quatro jogos sob seu comando (uma vitória e três derrotas), com aproveitamento de
25%, segundo o Datafolha.
O melhor retrospecto é o de
Roth, com 63,3%, superando até
mesmo Scolari (57,8%).
O porto-alegrense Roth ficou no
time de março a outubro de 2001.
Fez 40 jogos (23 vitórias, sete empates e dez derrotas). Não ganhou
nada e foi demitido com a equipe
ainda na zona de classificação do
Brasileiro (disputado com mata-matas). Após sua saída, Márcio
Araújo levou o time ao 12º lugar.
Apesar de não ter melhor aproveitamento, Scolari, natural de
Passo Fundo, é o mais famoso
gaúcho do Palmeiras. Ele ganhou,
além da Libertadores-99, a Copa
do Brasil-98. Foram três anos e
249 jogos (123 vitórias, 63 empates e 63 derrotas), antes de ser
pentacampeão e dirigir Portugal.
"Vindo do futebol gaúcho, eu
também tenho a disciplina da escola dele [Scolari] de valorizar a
posse de bola e a marcação", diz
Bonamigo, que não era consenso
para substituir Candinho -Renê
Simões (Vitória) e Abel Braga
(Fluminense) eram preferidos.
Indiferente a unanimidade, Bonamigo pretende resgatar a auto-estima de um time que não vive
um bom momento na Libertadores e foi nono no Paulista.
"O time precisa esquecer a pressão e jogar feliz", diz o treinador,
que manterá o esquema de Candinho, com três zagueiros (Nen,
Daniel e Gláuber). Os atacantes
Washington (Portuguesa) e o argentino Gioino (Universidad do
Chile) chegam depois de amanhã
ao Palmeiras.
"Conheço bem o elenco [do Palmeiras]. Eles merecem atenção",
diz Estevam Soares, técnico do
São Caetano e ex do Palmeiras.
Colaborou Fábio Tura, do Datafolha
NA TV - Sportv (menos
para RJ e SP), ao vivo, às
18h10
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