São Paulo, sábado, 23 de abril de 2005

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Sotaque sulista move Palmeiras na estréia

KLEBER TOMAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mais uma vez o Palmeiras aposta no chimarrão para aquecer seu time. A saudade dos bons tempos de Luiz Felipe Scolari levou o clube a contratar o técnico gaúcho Paulo Bonamigo, que estréia hoje com a equipe no Brasileiro.
O Palmeiras com sotaque sulista encara o São Caetano, às 18h10, no ABC, disposto a voltar a ganhar um título de relevância. O último foi o da Copa dos Campeões de 2000, por ironia com o pelotense Flávio Teixeira, o Murtosa.
Desde a "era Scolari" no Parque Antarctica, que teve o auge há seis anos, quando o time foi campeão da Libertadores (maior conquista da história do clube), nenhum outro grande de São Paulo apelou tanto para a tradição dos técnicos dos pampas quanto o alviverde.
Com Bonamigo, 44, natural de Ijuí, o Palmeiras contabiliza agora quatro gaúchos desde 1999 -Celso Roth completa a lista.
Enquanto isso, Santos (Roth-02), São Paulo (Carpegiani-99) e Corinthians (Tite-04) tiveram cada qual somente um representante oriundo do Rio Grande do Sul.
"É claro que o fato de o Bonamigo ser gaúcho pesou na sua vinda. Como Felipão ele vai se dar bem aqui", afirma Affonso della Monica, presidente do Palmeiras.
Dos "gaúchos palmeirenses", Murtosa foi o recordista de passagens, com duas. Ex-auxiliar técnico de Scolari, assumiu como interino em 2000 e depois em 2002. Foram quatro jogos sob seu comando (uma vitória e três derrotas), com aproveitamento de 25%, segundo o Datafolha.
O melhor retrospecto é o de Roth, com 63,3%, superando até mesmo Scolari (57,8%).
O porto-alegrense Roth ficou no time de março a outubro de 2001. Fez 40 jogos (23 vitórias, sete empates e dez derrotas). Não ganhou nada e foi demitido com a equipe ainda na zona de classificação do Brasileiro (disputado com mata-matas). Após sua saída, Márcio Araújo levou o time ao 12º lugar.
Apesar de não ter melhor aproveitamento, Scolari, natural de Passo Fundo, é o mais famoso gaúcho do Palmeiras. Ele ganhou, além da Libertadores-99, a Copa do Brasil-98. Foram três anos e 249 jogos (123 vitórias, 63 empates e 63 derrotas), antes de ser pentacampeão e dirigir Portugal.
"Vindo do futebol gaúcho, eu também tenho a disciplina da escola dele [Scolari] de valorizar a posse de bola e a marcação", diz Bonamigo, que não era consenso para substituir Candinho -Renê Simões (Vitória) e Abel Braga (Fluminense) eram preferidos.
Indiferente a unanimidade, Bonamigo pretende resgatar a auto-estima de um time que não vive um bom momento na Libertadores e foi nono no Paulista.
"O time precisa esquecer a pressão e jogar feliz", diz o treinador, que manterá o esquema de Candinho, com três zagueiros (Nen, Daniel e Gláuber). Os atacantes Washington (Portuguesa) e o argentino Gioino (Universidad do Chile) chegam depois de amanhã ao Palmeiras.
"Conheço bem o elenco [do Palmeiras]. Eles merecem atenção", diz Estevam Soares, técnico do São Caetano e ex do Palmeiras.


Colaborou Fábio Tura, do Datafolha
NA TV - Sportv (menos para RJ e SP), ao vivo, às 18h10


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