São Paulo, sexta-feira, 23 de junho de 2000


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+ESPORTE - PENSE
Campeão brasileiro 15 anos atrás, Coritiba vê sua história em livro

DA REPORTAGEM LOCAL

A literatura brasileira a respeito de esportes ainda é bastante escassa no país, mesmo com o verdadeiro "boom" de publicações que surgiram nos últimos anos. Os principais clubes do país ainda têm poucas obras de referência que relatem sua história, glórias e conquistas.
Se sairmos do eixo Rio-São Paulo, então, é praticamente impossível encontrarmos algum trabalho disponível ao grande público. Por isso, até chega a surpreender o lançamento do livro "Coritiba Foot Ball Clube: emoção alviverde", sobre o mais tradicional time paranaense, até hoje o único do Estado que conseguiu a façanha de conquistar o Campeonato Brasileiro.
Da mesma coleção da Editora DBA, que já publicou livros sobre a história de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos, o livro sobre o Coritiba segue a estrutura dos anteriores.
Ou seja, é muito mais um livro-reportagem para os torcedores apaixonados do que um estudo exaustivo a respeito da história do clube. Mantendo a tradição da coleção, o preço (R$ 75) é proibitivo para o leitor médio.
Quem gosta de números, fichas dos jogos históricos ou biografia detalhada dos grandes ídolos pode ficar frustrado.
Por ser relativamente curto (são 120 páginas apenas), o livro da dupla João Carlos Assumpção, repórter da Folha, e Eugenio Goussinsky, jornalista de "O Estado de S. Paulo", dá apenas um panorama geral da história e das conquistas do clube.
O Coritiba começou com um grupo de imigrantes da colônia alemã em 1909.
A equipe nasce com o nome de Coritybano, que foi mudado em virtude de já existir um clube com esse nome na cidade.
Qualquer narrador de rádio da época atual teria que enrolar bastante a língua para pronunciar os sobrenomes do primeiro time que entrou em campo defendendo as cores do time: Arthur Hauer; Alfredo Labsch e Walter Dietrich; Arthur Iwersen, Roberto Juchks e Theodoro Obladen; Rudolf Kastrup, J. Maschke, Leopoldo Obladen, Carlos Schlemker e Fritz Essenfelder.
Essa equipe perdeu para o Tiro Pontagrossense no dia 6 de outubro de 1909.
A primeira vitória só viria quase um ano depois, em junho de 1910, contra o mesmo Tiro Pontagrossense, que havia mudado de nome para Ponta Grossa. O Coritiba bateu os rivais por 5 a 3.
O livro passa praticamente por cima de questões espinhosas ao clube paranaense, como a de que o apelido Coxa Branca teria surgido do racismo de seus sócios.
A grafia Coritiba e não Curitiba tem sua razão de ser. Na época existiam as duas formas para escrever o nome da cidade. Uma era de origem tupi-guarani (Curitiba), a outra, portuguesa (Coritiba). Os fundadores, descendentes de europeus, preferiram a última grafia.
A obra é fartamente ilustrada com fotos que mostram a Curitiba do começo do século (o clube havia surgido em 1909) até os novos valores surgidos nas divisões de base do clube na década de 90, que fizeram o Coritiba passar por uma "ressurreição".
A renovação veio em boa hora para o clube, que colecionou sucessivos fracassos na década, mas voltou a conquistar um Estadual no ano passado, após um jejum de dez anos.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)


FICHA
Livro: Coritiba Foot Ball Club: emoção alviverde Autores: Eugenio Goussinsky e João Carlos Assumpção Número de páginas: 120 Preço: R$ 75 Editora: DBA (Al. Franca, 1.185, cj. 31/32, São Paulo, SP) Telefone: 0/xx/11/852-1643

TRECHO
"Nos primórdios do século 20, muitos brasileiros iam estudar na Europa. De outra parte, empresas inglesas se instalavam no país. Com essas influências, o futebol começou a se disseminar no Brasil. Em 1909, o futebol chegou ao Paraná, com a fundação do Coritybano Foot Ball Club" E. Goussinsky e J. Carlos Assumpção

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