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+ESPORTE - PENSE
Campeão brasileiro 15 anos atrás,
Coritiba vê sua história em livro
DA REPORTAGEM LOCAL
A literatura brasileira a respeito de esportes ainda é bastante
escassa no país, mesmo com o
verdadeiro "boom" de publicações que surgiram nos últimos
anos. Os principais clubes do
país ainda têm poucas obras de
referência que relatem sua história, glórias e conquistas.
Se sairmos do eixo Rio-São
Paulo, então, é praticamente impossível encontrarmos algum
trabalho disponível ao grande
público. Por isso, até chega a surpreender o lançamento do livro
"Coritiba Foot Ball Clube: emoção alviverde", sobre o mais tradicional time paranaense, até
hoje o único do Estado que conseguiu a façanha de conquistar o
Campeonato Brasileiro.
Da mesma coleção da Editora
DBA, que já publicou livros sobre a história de Corinthians,
Palmeiras, São Paulo e Santos, o
livro sobre o Coritiba segue a estrutura dos anteriores.
Ou seja, é muito mais um livro-reportagem para os torcedores
apaixonados do que um estudo
exaustivo a respeito da história
do clube. Mantendo a tradição
da coleção, o preço (R$ 75) é
proibitivo para o leitor médio.
Quem gosta de números, fichas dos jogos históricos ou biografia detalhada dos grandes
ídolos pode ficar frustrado.
Por ser relativamente curto
(são 120 páginas apenas), o livro
da dupla João Carlos Assumpção, repórter da Folha, e Eugenio
Goussinsky, jornalista de "O Estado de S. Paulo", dá apenas um
panorama geral da história e das
conquistas do clube.
O Coritiba começou com um
grupo de imigrantes da colônia
alemã em 1909.
A equipe nasce com o nome de
Coritybano, que foi mudado em
virtude de já existir um clube
com esse nome na cidade.
Qualquer narrador de rádio da
época atual teria que enrolar bastante a língua para pronunciar os
sobrenomes do primeiro time
que entrou em campo defendendo as cores do time: Arthur
Hauer; Alfredo Labsch e Walter
Dietrich; Arthur Iwersen, Roberto Juchks e Theodoro Obladen;
Rudolf Kastrup, J. Maschke, Leopoldo Obladen, Carlos Schlemker e Fritz Essenfelder.
Essa equipe perdeu para o Tiro
Pontagrossense no dia 6 de outubro de 1909.
A primeira vitória só viria quase um ano depois, em junho de
1910, contra o mesmo Tiro Pontagrossense, que havia mudado
de nome para Ponta Grossa. O
Coritiba bateu os rivais por 5 a 3.
O livro passa praticamente por
cima de questões espinhosas ao
clube paranaense, como a de que
o apelido Coxa Branca teria surgido do racismo de seus sócios.
A grafia Coritiba e não Curitiba
tem sua razão de ser. Na época
existiam as duas formas para escrever o nome da cidade. Uma
era de origem tupi-guarani (Curitiba), a outra, portuguesa (Coritiba). Os fundadores, descendentes de europeus, preferiram a
última grafia.
A obra é fartamente ilustrada
com fotos que mostram a Curitiba do começo do século (o clube
havia surgido em 1909) até os novos valores surgidos nas divisões
de base do clube na década de 90,
que fizeram o Coritiba passar
por uma "ressurreição".
A renovação veio em boa hora
para o clube, que colecionou sucessivos fracassos na década,
mas voltou a conquistar um Estadual no ano passado, após um
jejum de dez anos.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
FICHA
Livro: Coritiba Foot Ball Club: emoção alviverde
Autores: Eugenio Goussinsky e
João Carlos Assumpção
Número de páginas: 120
Preço: R$ 75
Editora: DBA (Al. Franca, 1.185, cj.
31/32, São Paulo, SP)
Telefone: 0/xx/11/852-1643
TRECHO
"Nos primórdios do século 20, muitos brasileiros iam estudar na Europa. De outra parte, empresas inglesas se instalavam no país. Com essas
influências, o futebol começou a se
disseminar no Brasil. Em 1909, o futebol chegou ao Paraná, com a fundação do Coritybano Foot Ball Club"
E. Goussinsky e J. Carlos Assumpção
E-mail
mais.esporte@uol.com.br
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