|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O PERSONAGEM
Vitória nasceu após acordo com nativo, "professor" de grego
DOS ENVIADOS A ATENAS
No passado, um desprestigiado rival. Hoje, peça fundamental na conquista do ouro.
A relação do grego Thanasis
Piniaris com Robert Scheidt ficou estreita em 2004, mais precisamente durante dez dias no
mês de julho. Em sua pré-temporada na Grécia, o brasileiro
elegeu um ex-adversário como
principal informante sobre o
instável clima do país que abriga os Jogos. "Foi um ótimo período. Ensinei ao Scheidt macetes do nosso mar e principalmente sobre o vento, que muda de direção a qualquer momento. Em troca, a minha
equipe pôde acompanhá-lo",
contou Piniaris à Folha.
Hoje ele comanda a seleção
de seu país e diz que "também
se sente como um medalhista"
ao ver Scheidt com o ouro.
Pouco mais de dez anos atrás,
porém, duelava com o brasileiro por títulos e medalhas.
"Eu assisti ao surgimento de
Robert na laser. Notei que ele
tinha talento já em 1993, quando obteve o terceiro lugar na
Nova Zelândia. Eu, que já era
um velejador experiente, fiquei apenas em 45º."
Piniaris e Scheidt chegaram
a um acordo sobre o treino em
conjunto no Mundial de Bodrum (TUR), neste ano. Pouco
depois de arrematar seu sétimo título no evento, o brasileiro fez a proposta. "Ele queria
saber se poderia passar de dez
a 15 dias treinando no local da
Olimpíada. Aceitei. Nós filmávamos tudo e íamos para a minha casa para assistir."
Scheidt tratou também de
acertar os detalhes logísticos.
Na casa de Piniaris, deixou a
bicicleta que depois usou nos
Jogos. Pedalar nas manhãs que
antecedem as regatas, na Vila
ou na cidade, é uma parte de
seu ritual pré-competição.
Além disso, o treinador tratou de ensinar algumas palavras do idioma local. "Ele demorou para aprender, mas hoje, se disser "bom dia" para um
grego, ninguém vai perceber
que é estrangeiro."
(GR E RD)
Texto Anterior: Cirurgia a laser Próximo Texto: Resignados, rivais aguardam a saída Índice
|