São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2000

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VIDA NA VILA
Borges pode ter dado seu adeus às Olimpíadas

ROBERTO DIAS
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

Nos últimos dois anos, o brasileiro Gustavo França Borges mudou bastante de vida. Desde que pediu para ser orientado pelo norte-americano Joe Goeken, diminuiu bastante o número de horas dentro da água.
Passou a nadar 50 mil metros semanais em média, contra os 60 mil anteriores. Dizia viver a melhor fase da carreira. Na igreja, casou-se. O primeiro filho, com a nadadora espanhola Barbara Franco, veio no ano passado.
Do menino que apareceu para o país ganhando todas as provas de velocidade no nado livre do Troféu José Finkel e que se tornara o primeiro brasileiro a nadar os 100 m em menos de 50 segundos, pouco chegou até Sydney.
Desde então, pôs no peito quatro medalhas olímpicas, quase metade do que a natação nacional já conquistou.
Faltou-lhe apenas um ouro -azar, diz Alexander Popov.
Ontem pela manhã, na Austrália, pode ter saído pela última vez de uma piscina olímpica. Aos 27 anos, já vê cada vez mais longe os medalhistas. E, mesmo assim, teve o melhor tempo da equipe que ganhou o bronze no revezamento 4 x 100 m livre. Não fosse o aparecimento de Edvaldo Valério, o primeiro a repetir sua trilogia de vitórias no Finkel, seria a hora de esperar um longo jejum para a natação brasileira. Mas isso não é mais problema de Borges -ou pelo menos não do Borges nadador.
Ele vai agora tirar férias e providenciar a volta ao Brasil. Quer então sair pelo país ministrando clínicas ao lado da mulher. "Gosto de estar perto de quem gosta do esporte", diz. No futuro, vai virar dirigente esportivo. Da natação.


EM FOCO
"Gus", como é chamado pelos companheiros de piscina, não diz que se despediu dos Jogos. À imprensa, pede tempo, dois anos, para dar a resposta.




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