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VIDA NA VILA
Borges pode ter dado seu adeus às Olimpíadas
ROBERTO DIAS
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY
Nos últimos dois anos, o
brasileiro Gustavo França Borges mudou bastante de
vida. Desde que pediu para ser
orientado pelo norte-americano Joe Goeken, diminuiu bastante o número de horas dentro da água.
Passou a nadar 50 mil metros semanais em média, contra os 60 mil anteriores. Dizia
viver a melhor fase da carreira. Na igreja, casou-se. O primeiro filho, com a nadadora
espanhola Barbara Franco,
veio no ano passado.
Do menino que apareceu para o país ganhando todas as
provas de velocidade no nado
livre do Troféu José Finkel e
que se tornara o primeiro brasileiro a nadar os 100 m em
menos de 50 segundos, pouco
chegou até Sydney.
Desde então, pôs no peito
quatro medalhas olímpicas,
quase metade do que a natação nacional já conquistou.
Faltou-lhe apenas um ouro
-azar, diz Alexander Popov.
Ontem pela manhã, na Austrália, pode ter saído pela última vez de uma piscina olímpica. Aos 27 anos, já vê cada vez
mais longe os medalhistas. E,
mesmo assim, teve o melhor
tempo da equipe que ganhou o
bronze no revezamento 4 x 100
m livre. Não fosse o aparecimento de Edvaldo Valério, o
primeiro a repetir sua trilogia
de vitórias no Finkel, seria a
hora de esperar um longo jejum para a natação brasileira.
Mas isso não é mais problema
de Borges -ou pelo menos
não do Borges nadador.
Ele vai agora tirar férias e
providenciar a volta ao Brasil.
Quer então sair pelo país ministrando clínicas ao lado da
mulher. "Gosto de estar perto
de quem gosta do esporte", diz.
No futuro, vai virar dirigente
esportivo. Da natação.
EM FOCO
"Gus", como é chamado pelos
companheiros de piscina, não diz
que se despediu dos Jogos. À imprensa, pede tempo, dois anos,
para dar a resposta.
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