São Paulo, sábado, 23 de novembro de 2002

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GINÁSTICA

Diego Hypólito, 16, é o 1º brasileiro em uma final de Mundial, disputa na qual a irmã obteve 1ª medalha do país

Irmão de Daniele também já faz história

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

A família Hypólito conseguiu mais uma façanha na história da ginástica artística brasileira.
Pouco mais de um ano após a medalha da filha do meio, Daniele, no Mundial de Gent (BEL), o casal Walter e Geni comemora agora a classificação do caçula, Diego, à final na edição por aparelhos em Debrecen (HUN).
Na Bélgica, Daniele, 18, conseguiu o primeiro pódio do país em um Mundial e, ontem, na Hungria, Diego, 16, tornou-se o primeiro brasileiro a se classificar a uma final masculina do torneio.
Em Debrecen, os irmãos estão competindo juntos internacionalmente pela primeira vez.
Assim como a irmã, que também é finalista da competição, Diego alcançou seu feito no solo.
Em seu primeiro Mundial, Diego ficou em oitavo lugar na semifinal de ontem, com 9,562 pontos.
Ele havia se classificado para as semifinais na 11ª posição, com 9,537 pontos. As finais serão realizadas hoje, a partir das 13h.
Ao lado de Gustavo Lobo da Fonte, 21, que disputou as semifinais do salto, mas não conseguiu avançar, Diego já havia realizado a melhor campanha masculina do Brasil em um Mundial.
Até então, o melhor ginasta do país na competição havia sido Cristiano Albino, que terminou em 21º no salto em 1996.
No solo, o melhor brasileiro havia sido Marco Monteiro, que conseguiu a 38ª colocação no Mundial de Paris-92.
Diego também disputou as semifinais do salto, mas ficou em 14º -somente os oito melhores se classificam para a final.
O melhor ginasta brasileiro se considera de um nível "intermediário" e disse que não tinha grandes expectativas no Mundial.
"Estou indo para aprender, pois sou novo ainda e não estou no auge da carreira", disse Diego antes do início da competição.
Seu objetivo era usar o Mundial como preparativo para o Pré-Olímpico do ano que vem, já que seu sonho é disputar os Jogos.
Sem patrocínio, Diego recebe uma ajuda de custo da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) de menos de R$ 400. "Não posso dizer quanto é", disse o ginasta, que disse que, assim como a irmã, costuma rezar antes de competir.
O esportista conta ter problemas no ombro e no joelho e por isso gasta grande parte de seu tempo fazendo fisioterapia.
O bom desempenho da família Hypólito no Mundial da Hungria não se resume a Diego.
Daniele também está na final do solo. A ginasta atuou ao som de "Here I am ... Like a Hurricane", dos Scorpions, e ficou em segundo lugar, com 9,45 pontos.
"Quando acabei a série, fiquei muito emocionada. Agora vou me concentrar para, no domingo, tentar conquistar o ouro para o meu país", disse Daniele, que tem mais um irmão ligado à ginástica.
Édson, 20, é auxiliar técnico do Flamengo, clube onde os irmãos treinam, e foi quem incentivou Daniele a começar no esporte.
A brasileira não terá hoje a concorrência de sua principal adversária. A romena Andreea Raducan, 19, bicampeã mundial no solo e dona de três medalhas nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, anunciou ontem sua aposentadoria, após falhar em sua tentativa de chegar à final na trave.
Além do solo, Daniele competiu no salto, mas ficou fora da final: com 9,05 pontos, terminou em 14º lugar. Outra brasileira, Carolina Molinari, 16, também competiu ontem e ficou na 14ª colocação nas barras paralelas assimétricas.


Com agências internacionais


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