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GINÁSTICA
Diego Hypólito, 16, é o 1º brasileiro em uma final de Mundial, disputa na qual a irmã obteve 1ª medalha do país
Irmão de Daniele também já faz história
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
A família Hypólito conseguiu
mais uma façanha na história da
ginástica artística brasileira.
Pouco mais de um ano após a
medalha da filha do meio, Daniele, no Mundial de Gent (BEL), o
casal Walter e Geni comemora
agora a classificação do caçula,
Diego, à final na edição por aparelhos em Debrecen (HUN).
Na Bélgica, Daniele, 18, conseguiu o primeiro pódio do país em
um Mundial e, ontem, na Hungria, Diego, 16, tornou-se o primeiro brasileiro a se classificar a
uma final masculina do torneio.
Em Debrecen, os irmãos estão
competindo juntos internacionalmente pela primeira vez.
Assim como a irmã, que também é finalista da competição,
Diego alcançou seu feito no solo.
Em seu primeiro Mundial, Diego ficou em oitavo lugar na semifinal de ontem, com 9,562 pontos.
Ele havia se classificado para as
semifinais na 11ª posição, com
9,537 pontos. As finais serão realizadas hoje, a partir das 13h.
Ao lado de Gustavo Lobo da
Fonte, 21, que disputou as semifinais do salto, mas não conseguiu
avançar, Diego já havia realizado
a melhor campanha masculina do
Brasil em um Mundial.
Até então, o melhor ginasta do
país na competição havia sido
Cristiano Albino, que terminou
em 21º no salto em 1996.
No solo, o melhor brasileiro havia sido Marco Monteiro, que
conseguiu a 38ª colocação no
Mundial de Paris-92.
Diego também disputou as semifinais do salto, mas ficou em
14º -somente os oito melhores
se classificam para a final.
O melhor ginasta brasileiro se
considera de um nível "intermediário" e disse que não tinha grandes expectativas no Mundial.
"Estou indo para aprender, pois
sou novo ainda e não estou no auge da carreira", disse Diego antes
do início da competição.
Seu objetivo era usar o Mundial
como preparativo para o Pré-Olímpico do ano que vem, já que
seu sonho é disputar os Jogos.
Sem patrocínio, Diego recebe
uma ajuda de custo da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica)
de menos de R$ 400. "Não posso
dizer quanto é", disse o ginasta,
que disse que, assim como a irmã,
costuma rezar antes de competir.
O esportista conta ter problemas no ombro e no joelho e por
isso gasta grande parte de seu
tempo fazendo fisioterapia.
O bom desempenho da família
Hypólito no Mundial da Hungria
não se resume a Diego.
Daniele também está na final do
solo. A ginasta atuou ao som de
"Here I am ... Like a Hurricane",
dos Scorpions, e ficou em segundo lugar, com 9,45 pontos.
"Quando acabei a série, fiquei
muito emocionada. Agora vou
me concentrar para, no domingo,
tentar conquistar o ouro para o
meu país", disse Daniele, que tem
mais um irmão ligado à ginástica.
Édson, 20, é auxiliar técnico do
Flamengo, clube onde os irmãos
treinam, e foi quem incentivou
Daniele a começar no esporte.
A brasileira não terá hoje a concorrência de sua principal adversária. A romena Andreea Raducan, 19, bicampeã mundial no solo e dona de três medalhas nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000,
anunciou ontem sua aposentadoria, após falhar em sua tentativa
de chegar à final na trave.
Além do solo, Daniele competiu
no salto, mas ficou fora da final:
com 9,05 pontos, terminou em
14º lugar. Outra brasileira, Carolina Molinari, 16, também competiu ontem e ficou na 14ª colocação
nas barras paralelas assimétricas.
Com agências internacionais
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