da Reportagem Local

A conquista do título brasileiro logo em seu primeiro ano de carreira como técnico alça o carioca Oswaldo de Oliveira à elite dos treinadores no país.
Oliveira também é o primeiro técnico do Corinthians a conquistar em um mesmo ano o Estadual e o Brasileiro, façanha inédita nos 89 anos de história do clube paulista.
Em 95, Eduardo Amorim ganhou o Estadual e um título nacional, mas daquela vez sagrou-se campeão da menos badalada Copa do Brasil.
Tendo sua conduta contestada por parte da torcida durante boa parte do Campeonato Nacional, o técnico levou o Corinthians ao terceiro título brasileiro de sua história liderando o torneio de ponta a ponta e consolidando a cada rodada o favoritismo da equipe.
Com uma maneira alternativa de dirigir, Oliveira deixou a tradicional ditadura implantada pelos treinadores de lado e, a seu modo, comandou os jogadores corintianos.
Tendo sua liderança questionada em reportagem da Folha, o técnico afirmou que a conquista provaria que o futebol não precisa de "ditadores".
Ele faz questão de mostrar que a poesia, o jazz e a música clássica fazem parte de sua rotina, o que o diferencia em relação aos demais treinadores.
Tendo a amizade dos atletas e dando liberdade aos comandados para cuidar de negócios extracampo, Oswaldo de Oliveira é o oposto de seu criador, Wanderley Luxemburgo.
O técnico da seleção, com quem Oliveira não gosta de ser comparado, tem pulso firme sobre seus comandados e faz questão de manter a fama de disciplinador. Fã de pagode, Luxemburgo procura dizer frases de efeito, sempre baseadas em livros de auto-ajuda.
"Parece haver uma resistência em relação aos técnicos com um perfil diferente, que não precisam recorrer à linha dura para se impor. Se ganharmos o Brasileiro, isso acalma. Pelo menos até o Mundial de Clubes da Fifa, em janeiro", disse o treinador corintiano, na semana passada.
Com o título, o segundo em um período de seis meses, o estilo alternativo de Oliveira entra, definitivamente, na elite do futebol brasileiro.


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