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TÊNIS
A popularização chegou
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Nunca se viu tanto patriotismo e tanta união. Hotel Pathernon de Florianópolis ou quadras da Universidade Federal de
Santa Catarina, Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni e Jaime
Oncins, com o capitão Ricardo
Acioly, exalavam confiança e satisfação.
A presença próxima de Nelson
Nastás, presidente da CBT, não
incomodava os atletas. Pelo contrário: foi com satisfação que o dirigente anunciou que os tenistas
receberiam US$ 120 mil só pelo
confronto contra os franceses naquela primeira rodada de Copa
Davis em 2000.
A vitória antecipada fez a equipe começar as comemorações
imediatamente, em uma piscina
da universidade no sábado, com
Larri Passos jogado na piscina. A
festa só terminou na noite no domingo, com o reggae de uma banda formada pelos próprios jogadores e outros ex-tenistas
-Kuerten era o "vocalista".
Com a turma unida, vieram os
desabafos.
"Todo mundo critica meu saque; teve até um jornal que escreveu que o público morre de medo
quando vou sacar, mas por que
não elogiam minha devolução?",
soltou Oncins, sem citar o jornal.
Acioly, por sua vez, sugeriu a
torcida toda no domingo com a
camiseta da seleção de futebol.
Um ano antes, os franceses haviam derrotado os brasileiros lá e
provocado com a camiseta da seleção de seu país, vitoriosa na decisão na Copa-1998.
"Tomara que seja sempre assim", soltou Kuerten naquele fim
de semana. Bons tempos, aqueles.
Nastás anunciava a criação de
um circuito infanto-juvenil em
parceria com uma empresa de
saúde. Teria oito etapas pelo Nordeste, pelo Centro-Oeste, no Sul e
no Sudeste. Descobriria talentos.
E ninguém dizia que não.
O dirigente falava também da
formação de uma equipe médica
para orientar tenistas, principalmente mais jovens. E ninguém reclamava, ninguém duvidava,
ninguém ousava se opor a figura
tão simpática.
Naquele tempo, tudo corria às
mil maravilhas. Tanto que, antes
da Copa Davis do ano seguinte,
Nastás recebia na sede da CBT,
na movimentada avenida Paulista, em São Paulo, a visita cordial
do já presidente da Federação
Catarinense de Tênis, Jorge Lacerda Rosa.
Ao que consta, foi um papo
muito tranqüilo, amigável, com
quatro testemunhas, em que ficou
quase definido que o confronto
seguinte, entre Brasil e Austrália,
seria na capital catarinense.
Sorriso para todos os lados. "A
reunião serviu para a apresentação do projeto para o confronto
contra a Austrália. Por ser um local novo, na avenida Beira-Mar
Norte, a CBT vai vistoriar o local", disse Nastás, pouco antes de
se despedir de Rosa com um aperto de mão e dias antes de anunciar Florianópolis como sede.
Agora, muitos perguntam por
que um dirigente não gosta do
outro, por que este tenista ataca
aquele, como um ex-tenista joga
contra outro, por que este critica
aquele, um bate no outro, por que
tanta briga, tanta baixaria.
Deve ser porque só desse jeito
conseguiram popularizar o tênis.
Dúvida cruel
Por que os candidatos à CBT não se apresentam e mostram propostas, em vez de ficar no escuro, falando mal um do outro ao telefone?
Pra inglês ver
Na sexta, Tim Henman e Andy Roddick fizeram um ótimo jogo. No
sábado, Roger Federer e Andre Agassi fizeram uma partida memorável. Nessa bagunça, alguém viu?
Eles vêem aí
A russa Alisa Kleybanova, 14, foi campeã da categoria 18 anos do Banana Bowl. O brasileiro André Stábile ganhou a 14 anos. A Argentina
levou o feminino, com Carla Beltrami, a 16 anos, com Emiliano Massa e Florencia Agustina, e a 18 masculino, com Eduardo Schwank.
E-mail randaku@uol.com.br
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