|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TÊNIS
Garotas superpoderosas
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Nayara de Moraes, 12 anos,
Fernanda Faria, Nicole Herzog, Gabriela Veiga, 14, e Paula
Gonçalves, 15, são garotas especiais. Jogam tênis desde que eram
pequenas, têm bastante habilidade com a raquete e sonham em
chegar lá.
Isso, claro, não as diferencia de
muitas outras milhares de garotas país afora. Só que Nayara,
Fernanda, Nicole, Gabriela e
Paula acabam de dar um passo a
mais: estão, há semanas, "confinadas" em um centro de treinamento, dedicando-se quase que
exclusivamente ao tênis.
Poderiam estar no conforto de
suas casas, em Uberlândia, Campinas ou Marília, sei lá, mimadas
pelos pais, bajuladas pelos treinadores, protegidas pelos amigos e
entretidas com os namorados.
Mas estão sob a tutela do ex-tenista Carlos Alberto Kirmayr em
Serra Negra, interior paulista.
Não raro, elas se vêem pegas
com a necessidade de lavar e secar a própria roupa suja, preparar refeição consistente para não
passar fome na escola, conciliar a
vontade das festas com a obrigação dos treinos e lidar com as próprias angústias. As meninas estão
em uma cidade nova, com uma
rotina física intensa, longe de casa e de tudo o que, nessa idade,
parece ser divertido.
Pode ser que nenhuma delas vire uma top ten (ou top 100). Mas
há quanto tempo o país não tem
ninguém na elite? Além do mais,
serão garotas mais especiais ainda. Por causa do tênis, terão uma
experiência única na vida.
Por trás desse projeto, nenhum
aventureiro. Kirmayr, além de
um dos melhores tenistas da história do país, treinou Gabriela
Sabatini, Arantxa Sánchez e Conchita Martínez. Está, sorte nossa,
recuperado do infarto. Com ele,
Cecília Yoshizawa, que atuou na
construção de carreiras como as
de Robert Scheidt e Lars Grael.
O projeto, chamado "Lob Feminino", nasceu em 2002 e agora
cresce com a idéia de promover,
desenvolver e incentivar o tênis de
alto rendimento. Não, não se baseia em pura ação de marketing,
nem em assessoria de imprensa
(coisa que não tem). Alia pesquisa mercadológica, usa ferramentas científico-esportivas, resultados médicos e a experiência de
gente que sempre esteve metida
com o esporte de alto nível.
A turma pesquisou mais de mil
tenistas para saber como cresceram, de onde vieram, como financiaram as carreiras, quando
subiram no ranking, como se
mantiveram lá... Entrevistou
pais, levantou premiações, cruzou
idade com pontos no ranking,
projetou cenários, calculou tempo
de retorno, assinou contratos, investiu tempo e dinheiro.
Para escolher as meninas, usou
critérios técnicos, físicos e psicológicos. O histórico familiar foi outro ponto importante. Além das
cinco já citadas, o projeto adotou
Isabela Miró Campos, 13, Carolina de Luca, 15, Fabiana Chiaparini, Marina de Luca e Taynara
de Moraes, 16 -estas ainda não
estão em Serra Negra.
Esse é o tipo de projeto que a
gente fica na expectativa de ver
resultado rapidamente, sem perceber que ele próprio já se dá resultado, diariamente.
Em Cincinnati
Com o quinto Masters Series, a pergunta é: Federer será o primeiro
da história a ganhar os nove?
No Equador
Thiago Alves ganhou o Challenger de Manta e já é o 170º do ranking.
Em Goiás e no Rio Grande do Sul
Alexandre Simoni ficou com o título do Future de Rio Quente. Nesta
semana, Canela recebe outro Future.
Em Brasília
A quarta etapa da Credicard MasterCard Junior's Cup está rolando
na Academia Vila do Tênis & Squash, com 180 infanto-juvenis.
E-mail reandaku@uol.com.br
Texto Anterior: Paulista masculino tem volta da rivalidade entre Franca e Rio Claro Próximo Texto: Futebol - Tostão: Discussões táticas Índice
|