São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2000

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FUTEBOL
Mesmo depois do mau desempenho na primeira fase, delegação só se mobiliza para marcar a viagem de volta ao Brasil após desclassificação
Eliminação precoce, desta vez, pega CBF desprevenida

DO ENVIADO A BRISBANE

Apesar das fracas atuações do Brasil na primeira fase dos Jogos Olímpicos, a comissão técnica da seleção não havia se preparado para o retorno antecipado ao país.
O fato demonstra que a Confederação Brasileira de Futebol confiava no avanço da equipe na competição, diferentemente do que ocorreu na véspera da partida contra o Japão, a última da fase classificatória -e na qual a seleção precisava ganhar-, quando a entidade bloqueou 48 passagens para um vôo de volta.
Assim que terminou o jogo com Camarões, a assessoria de imprensa da CBF disse que a entidade estava tentando marcar a volta para amanhã, saindo de Sydney.
Outra possibilidade seria o retorno ainda hoje, seguindo para Auckland, na Nova Zelândia, e de lá para o Brasil.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira acompanhou o time na volta ao hotel, após o jogo, e jantou com o técnico Luxemburgo.
Ele não quis dizer à imprensa sobre o que ambos conversaram nem sobre o futuro do treinador.
Antes de qualquer decisão, Teixeira pretendia conversar com Marcos Moura Teixeira, seu primo, coordenador da seleção.
Desde o início do trabalho de Luxemburgo, Marcos Moura é a ponte de ligação entre a comissão técnica e a diretoria da CBF.
Homem de confiança, é ele quem passa a Teixeira as informações sobre o dia-a-dia da seleção. Membros da comissão o chamam de ""Pequeno Príncipe" pelas costas e dizem que ele não gosta de se misturar com a ""ralé".
Marcos Moura não aprovava o trabalho da psicóloga Suzy Fleury. Achava que ela fora chamada por Luxemburgo apenas para passar uma imagem de modernidade, especialmente após a crise nervosa de Ronaldo antes da final da Copa da França.
Justamente por isso, despachou a psicóloga para a Austrália, com o auxiliar Candinho, e fez as vezes de motivador do grupo antes do jogo contra a Bolívia -vitória pelas eliminatórias da Copa.
O primo de Teixeira só deveria conversar com o dirigente no hotel, após o jantar.
Se a seleção voltar ao Brasil apenas na noite de amanhã, desembarcando em São Paulo e depois no Rio, na manhã de terça, Ricardo Teixeira terá uma conversa mais longa com Luxemburgo ainda na Austrália. Caso isso não ocorra e a seleção consiga antecipar a volta, a conversa será no Rio.
Pelas eliminatórias, a seleção volta a jogar no dia 8, com a Venezuela, fora de casa. A apresentação do time, que faz campanha regular, será no próximo dia 3.
Os treinamentos, que Luxemburgo pretendia fazer em Foz do Iguaçu, serão em Teresópolis (RJ) por imposição de Teixeira, que desaprovou a opção do técnico pela cidade paranaense antes dos jogos contra Paraguai e Argentina, também pelas eliminatórias.



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