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FUTEBOL
Mesmo depois do mau desempenho na primeira fase, delegação só se mobiliza para marcar a viagem de volta ao Brasil após desclassificação
Eliminação precoce, desta vez, pega CBF desprevenida
DO ENVIADO A BRISBANE
Apesar das fracas atuações do
Brasil na primeira fase dos Jogos
Olímpicos, a comissão técnica da
seleção não havia se preparado
para o retorno antecipado ao país.
O fato demonstra que a Confederação Brasileira de Futebol confiava no avanço da equipe na
competição, diferentemente do
que ocorreu na véspera da partida
contra o Japão, a última da fase
classificatória -e na qual a seleção precisava ganhar-, quando a
entidade bloqueou 48 passagens
para um vôo de volta.
Assim que terminou o jogo com
Camarões, a assessoria de imprensa da CBF disse que a entidade estava tentando marcar a volta
para amanhã, saindo de Sydney.
Outra possibilidade seria o retorno ainda hoje, seguindo para
Auckland, na Nova Zelândia, e de
lá para o Brasil.
O presidente da CBF, Ricardo
Teixeira acompanhou o time na
volta ao hotel, após o jogo, e jantou com o técnico Luxemburgo.
Ele não quis dizer à imprensa
sobre o que ambos conversaram
nem sobre o futuro do treinador.
Antes de qualquer decisão, Teixeira pretendia conversar com
Marcos Moura Teixeira, seu primo, coordenador da seleção.
Desde o início do trabalho de
Luxemburgo, Marcos Moura é a
ponte de ligação entre a comissão
técnica e a diretoria da CBF.
Homem de confiança, é ele
quem passa a Teixeira as informações sobre o dia-a-dia da seleção.
Membros da comissão o chamam
de ""Pequeno Príncipe" pelas costas e dizem que ele não gosta de se
misturar com a ""ralé".
Marcos Moura não aprovava o
trabalho da psicóloga Suzy
Fleury. Achava que ela fora chamada por Luxemburgo apenas
para passar uma imagem de modernidade, especialmente após a
crise nervosa de Ronaldo antes da
final da Copa da França.
Justamente por isso, despachou
a psicóloga para a Austrália, com
o auxiliar Candinho, e fez as vezes
de motivador do grupo antes do
jogo contra a Bolívia -vitória pelas eliminatórias da Copa.
O primo de Teixeira só deveria
conversar com o dirigente no hotel, após o jantar.
Se a seleção voltar ao Brasil apenas na noite de amanhã, desembarcando em São Paulo e depois
no Rio, na manhã de terça, Ricardo Teixeira terá uma conversa
mais longa com Luxemburgo ainda na Austrália. Caso isso não
ocorra e a seleção consiga antecipar a volta, a conversa será no Rio.
Pelas eliminatórias, a seleção
volta a jogar no dia 8, com a Venezuela, fora de casa. A apresentação do time, que faz campanha regular, será no próximo dia 3.
Os treinamentos, que Luxemburgo pretendia fazer em Foz do
Iguaçu, serão em Teresópolis (RJ)
por imposição de Teixeira, que
desaprovou a opção do técnico
pela cidade paranaense antes dos
jogos contra Paraguai e Argentina, também pelas eliminatórias.
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