|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI DE PRAIA
Três vezes campeã mundial e recordista de títulos, dupla enfrenta Natalie Cook e Kerri-Ann Pottharst na final dos Jogos de Sydney em busca do segundo ouro do país em Olimpíadas
Adriana Behar e Shelda tentam ouro e manter supremacia contra anfitriãs
JOSÉ ALAN DIAS
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY
Quando começarem a jogar na
arena de Bondi Beach, a partir da
0h (de Brasília), Adriana Brandão
Behar e Shelda Bede terão dois desafios: ratificar sua condição de
melhores do planeta e manter o
Brasil no topo do esporte que somente há quatro anos estreou na
Olimpíada.
Três vezes campeã mundial, a
dupla decidirá contra as australianas Natalie Cook e Kerri-Ann
Pottharst a medalha de ouro do
torneio de vôlei de praia dos Jogos
de Sydney.
Uma hora antes, a outra dupla
nacional no torneio, Sandra Pires
e Adriana Samuel, disputa o
bronze com as japonesas Yukiko
Takahashi e Mika Saiki.
Em Atlanta-96, quando a modalidade passou a fazer parte do
programa dos Jogos, as duplas femininas brasileiras conquistaram
ouro e prata. Sandra Pires, agora
com 27 anos, e sua então parceira,
Jacqueline Silva, derrotaram na final Adriana Samuel e Mônica (2
sets a 0), tornando-se as primeiras
mulheres do país a obterem medalhas olímpicas -dias mais tarde, haveria bronze no vôlei de
quadra e prata no basquete.
Para chegar à final na Austrália,
Adriana Behar, 31, e Shelda, 27,
venceram quatro partidas -duas
delas foram disputadas no mesmo dia. Nas quartas-de-final, anteontem à noite, passaram pelas
australianas Gooley e Manser por
15 a 7. Cerca de duas horas mais
tarde, nas semifinais, derrotaram
Takahashi e Saiki por 15 a 10, em
43 minutos.
Formada cinco anos atrás, a dupla é recordista em número de títulos do circuito mundial da FIVB
(Federação Internacional de Vôlei), com 20 conquistas em 47 torneios. Além de Mundiais -para
ser tetracampeã este ano precisará de um décimo lugar na última
etapa, no Brasil-, acumula três
títulos nacionais e o ouro no Pan-Americano de Winnipeg-99.
""Olimpíada é um campeonato
ímpar. Não sei se daqui a quatro
anos vamos estar jogando. Temos
que olhar com muito carinho,
sem ansiedade, para o que está
acontecendo com a gente", diz
Shelda. ""Se nós ganharmos, vamos provar mais uma vez que o
Brasil tem o melhor vôlei de praia
do mundo", completa a jogadora,
a mais baixa do circuito mundial,
com seu 1,65 m, e que, por outro
lado, já foi eleita duas vezes a melhor atleta de defesa.
Shelda e Behar não encontrarão
um adversário qualquer.
Cook, 1,81 m, 25 anos, e Pottharst, 1,84 m, 35 anos, foram medalha de bronze em Atlanta.
""Elas são muito altas. Têm um
jogo de força, diferente do das japonesas com quem jogamos na
semifinal. Precisamos arriscar no
saque, porque, além de tudo, elas
são habilidosas, não podem ter facilidade para atacar", afirma Behar, que começou no vôlei de
quadra do Flamengo e da Supergasbrás, atuou na Itália e se transferiu para a versão praieira em
1993, a exemplo da parceira, também egressa das quadras indoor.
Atuando em casa, Cook e Pottharst preferem simplesmente fazer elogios à dupla oponente.
""Estamos esperando uma partida muito difícil. Shelda na defesa e
Adriana no bloqueio e ataque são
muito fortes. É uma dupla que
ataca, defende, bloqueia, faz tudo
bem. São completas", afirmou
Natalie Cook.
Texto Anterior: Olimpíada de A a Z Próximo Texto: Esporte evoluiu no Brasil na última década Índice
|