São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2000

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VÔLEI DE PRAIA
Três vezes campeã mundial e recordista de títulos, dupla enfrenta Natalie Cook e Kerri-Ann Pottharst na final dos Jogos de Sydney em busca do segundo ouro do país em Olimpíadas
Adriana Behar e Shelda tentam ouro e manter supremacia contra anfitriãs

JOSÉ ALAN DIAS
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

Quando começarem a jogar na arena de Bondi Beach, a partir da 0h (de Brasília), Adriana Brandão Behar e Shelda Bede terão dois desafios: ratificar sua condição de melhores do planeta e manter o Brasil no topo do esporte que somente há quatro anos estreou na Olimpíada.
Três vezes campeã mundial, a dupla decidirá contra as australianas Natalie Cook e Kerri-Ann Pottharst a medalha de ouro do torneio de vôlei de praia dos Jogos de Sydney.
Uma hora antes, a outra dupla nacional no torneio, Sandra Pires e Adriana Samuel, disputa o bronze com as japonesas Yukiko Takahashi e Mika Saiki.
Em Atlanta-96, quando a modalidade passou a fazer parte do programa dos Jogos, as duplas femininas brasileiras conquistaram ouro e prata. Sandra Pires, agora com 27 anos, e sua então parceira, Jacqueline Silva, derrotaram na final Adriana Samuel e Mônica (2 sets a 0), tornando-se as primeiras mulheres do país a obterem medalhas olímpicas -dias mais tarde, haveria bronze no vôlei de quadra e prata no basquete.
Para chegar à final na Austrália, Adriana Behar, 31, e Shelda, 27, venceram quatro partidas -duas delas foram disputadas no mesmo dia. Nas quartas-de-final, anteontem à noite, passaram pelas australianas Gooley e Manser por 15 a 7. Cerca de duas horas mais tarde, nas semifinais, derrotaram Takahashi e Saiki por 15 a 10, em 43 minutos.
Formada cinco anos atrás, a dupla é recordista em número de títulos do circuito mundial da FIVB (Federação Internacional de Vôlei), com 20 conquistas em 47 torneios. Além de Mundiais -para ser tetracampeã este ano precisará de um décimo lugar na última etapa, no Brasil-, acumula três títulos nacionais e o ouro no Pan-Americano de Winnipeg-99.
""Olimpíada é um campeonato ímpar. Não sei se daqui a quatro anos vamos estar jogando. Temos que olhar com muito carinho, sem ansiedade, para o que está acontecendo com a gente", diz Shelda. ""Se nós ganharmos, vamos provar mais uma vez que o Brasil tem o melhor vôlei de praia do mundo", completa a jogadora, a mais baixa do circuito mundial, com seu 1,65 m, e que, por outro lado, já foi eleita duas vezes a melhor atleta de defesa.
Shelda e Behar não encontrarão um adversário qualquer.
Cook, 1,81 m, 25 anos, e Pottharst, 1,84 m, 35 anos, foram medalha de bronze em Atlanta.
""Elas são muito altas. Têm um jogo de força, diferente do das japonesas com quem jogamos na semifinal. Precisamos arriscar no saque, porque, além de tudo, elas são habilidosas, não podem ter facilidade para atacar", afirma Behar, que começou no vôlei de quadra do Flamengo e da Supergasbrás, atuou na Itália e se transferiu para a versão praieira em 1993, a exemplo da parceira, também egressa das quadras indoor.
Atuando em casa, Cook e Pottharst preferem simplesmente fazer elogios à dupla oponente.
""Estamos esperando uma partida muito difícil. Shelda na defesa e Adriana no bloqueio e ataque são muito fortes. É uma dupla que ataca, defende, bloqueia, faz tudo bem. São completas", afirmou Natalie Cook.



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