São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2000

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VÔLEI
Seleção masculina enfrenta hoje tradicionais rivais cubanos precisando vencer somente um set do jogo para conquistar a liderança do Grupo A
Brasil pega Cuba na disputa pelo 1º lugar

DO ENVIADO A SYDNEY

Somente um set separa a seleção masculina de vôlei do primeiro lugar de seu grupo na fase eliminatória dos Jogos Olímpicos.
O Brasil enfrentará hoje, a partir das 22h30 (horário de Brasília), a seleção de Cuba, rival para quem perdeu a decisão da Copa América, um mês atrás.
Por enquanto, os brasileiros cumprem campanha invicta em Sydney, passadas quatro rodadas. Na manhã de ontem, derrotaram a Espanha por 3 sets a 1 (25/27, 25/14, 25/21 e 25/20), em uma hora e 31 minutos de partida.
Foi o primeiro set perdido pela equipe brasileira no torneio. Antes, vencera, pela ordem, Austrália, Egito e Holanda, esta última finalista em Barcelona-92 e atual campeã olímpica.
Terminando em primeiro lugar na chave, terá a vantagem de enfrentar o quarto colocado do Grupo B, o mais forte da Olimpíada, em que Itália, Rússia e Iugoslávia, ocupam os três primeiros postos. Argentina e Coréia do Sul tentam a última vaga, enquanto os EUA, surpreendentemente, estão eliminados dos Jogos, com quatro derrotas seguidas -a última delas aconteceu para os coreanos por 3 sets a 2 (25/20, 25/27, 26/24, 21/25 e 15/13).
As seleções da Argentina ou da Coréia do Sul seriam de longe rivais menos temíveis do que a Iugoslávia, vice-campeã mundial.
""Os cubanos são muito gente boa fora de quadra. Lá dentro, ficam provocando o tempo todo. Quando fazem um ponto, olham para você e dizem: "Salta, chico (garoto), salta". É muito chato jogar contra eles", disse o atacante Tande, que substituíra Nalbert ainda no primeiro set e acabou como um dos destaques da partida -ao lado de Dante.
""Não estou me preocupando com posição de grupo, essas coisas de cruzamento. O mais importante é que vencemos todos os jogos. Isso é o que conta", disse o levantador Maurício, que sofreu uma pancada na cabeça ao tentar defender uma bola no quarto set -e precisou sair de quadra.
Radamés Lattari, técnico da seleção, endossou em parte o que disse Maurício, mas admitiu ser preferível enfrentar a Argentina ou a Coréia -que precisa vencer a Iugoslávia e depender de derrota ou do número de sets perdidos pela Argentina na partida contra a Rússia para se classificar- do que qualquer um dos outros três concorrentes do Grupo B.
""Em competições deste nível, não há muito o que escolher. Pelo menos oito adversários são muito fortes. Mas como técnico da seleção eu acumulo 20 vitórias sobre a Argentina", disse Lattari.
A última derrota do Brasil para os argentinos, porém, foi uma das mais inesperadas e traumáticas da história: 3 a 1, ainda na fase classificatória da Olimpíada de Atlanta, em 1996.
Na época, porém, o técnico da equipe era José Roberto Guimarães -Lattari assumiu o comando em janeiro de 1997.
Depois, o Brasil ainda perderia da Bulgária e da Iugoslávia, terminando os Jogos na quinta colocação -considerada campanha vexatória para o time que defendia o título olímpico conquistado quatro anos antes, em Barcelona. (JOSÉ ALAN DIAS)



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