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ATLETISMO
Sem quebrar recordes, a atleta norte-americana parte agora para o desafio dos (mais) quatro ouros; seu compatriota, Maurice Greene, fatura no masculino em sua estréia olímpica
Marion Jones vence os 100 m e ganha o primeiro dos cinco ouros prometidos
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY
Ela ganhou seu primeiro ouro.
Marion Jones, 24, venceu ontem
a final dos 100 m rasos no estádio
Olímpico e conquistou a primeira
das cinco medalhas que veio buscar nos Jogos de Sydney.
Sem piscar os olhos durante os
10s75 que levou para completar a
prova, a norte-americana cruzou
a linha de chegada com 0s37 de
vantagem sobre a segunda colocada, a grega Ekaterini Thanou,
uma azarão. Tanya Lawrence, da
Jamaica, completou o pódio.
"Sou jovem, mas sonhei 19 anos
com isso. Foi uma experiência incrível. Tudo o que sonhei e um
pouco mais", afirmou Marion.
O que seria a realização para
qualquer atleta, porém, é apenas
um quinto do que a norte-americana quer fazer nos Jogos. Nos
próximos dias, Marion quer ganhar mais quatro ouros e deixar
Sydney como a atleta mais premiada da história da Olimpíada.
"Não vejo essa primeira medalha como algo que vai tirar a pressão que existe sobre mim. Não vejo como um alívio. Mas é bom saber que já consegui a primeira.
Tem mais quatro, espero", disse.
Candidata a maior estrela da
Olimpíada, Marion entrou na pista do estádio Olímpico sorrindo.
Na apresentação, mandou um
beijo para as arquibancadas e, então, mudou a fisionomia.
Pouco antes de alinhar, repetiu
para si mesma, quatro vezes: "Vamos!" No estádio, lotado por
104.228 torcedores, silêncio.
De repente, um sonoro "Oh!".
Debbie Fergunson, das Bahamas,
na raia oito, queimou a largada.
Novo alinhamento. Ouve-se
apenas o ruído de um helicóptero
sobrevoando o estádio. "Oh!".
Agora, é Thanou, na raia dois, que
larga antes do tempo.
Terceira tentativa de largada. E
tudo corre como todos esperavam. Marion, na raia um, se destaca logo nos primeiros metros e
vence a prova mais nobre do atletismo com relativa facilidade.
Sua primeira reação foi saltar e
dar um soco no ar. Depois, chorou. Caminhou até as arquibancadas, cumprimentou a mãe e os
irmãos e deu uma volta no estádio
levando consigo duas bandeiras: a
dos EUA e a de Belize.
"Minha mãe é de Belize, meus
irmãos também nasceram lá. Eu
sou norte-americana, mas acho
que posso dizer que sou meio de
Belize também. Tinha que agradecer", explicou, após a vitória.
Os próximos desafios de Marion serão os 200 m rasos e o salto
em distância. As eliminatórias para as duas provas começam na
noite de terça (horário do Brasil).
Nos planos de Marion, estão
ainda os ouros nos dois revezamentos, 4 x 100 m e 4 x 400 m.
Confiante, mandou um recado
à imprensa dos EUA, cética em
relação às suas chances no revezamento depois que as outras atletas falharam nas provas individuais -Marion era a única atleta
de seu país entre as oito finalistas.
"Não tem problema. Se precisarem de mim, serei a mais rápida.
Estou preparada." Na contagem
de Marion, faltam quatro ouros.
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