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TOSTÃO
O maior vexame da seleção
Inacreditável. Vexame
histórico. Mesmo com nove jogadores, Camarões, com muita
garra e coragem, adotou a linha
antiga e burra de impedimento e
ainda venceu.
A seleção brasileira não aproveitou, por incompetência dos jogadores e do técnico. Foram dezenas de impedimentos.
Quando Luxemburgo assumiu
o comando da seleção, criou-se
uma enorme expectativa. Ele tinha um bom currículo e um discurso moderno e profissional.
Seus amigos e admiradores diziam que, pela primeira vez, a seleção seria dirigida por um grande técnico. Esperavam inovações
dentro e fora de campo. Nada
aconteceu. Pelo contrário, foi um
fracasso. Uma decepção. O Brasil
nunca foi tão mal dirigido.
Desde o início, Luxemburgo
mostrou seus erros, acompanhados de uma empáfia doentia, de
falta de transparência e de uma
grande breguice.
Suspeitava que o homem Luxemburgo não tivesse preparo
emocional e ético para o cargo.
Ele foi pior do que eu imaginava.
Repetiu os mesmos erros de outros técnicos. Brigou com vários
jogadores, convocou e escalou
mal. Os resultados foram péssimos. Na Olimpíada, cometeu
mais equívocos. Não somente
quis ganhar a medalha de ouro,
mas também criar situações em
que sua participação seria supervalorizada. Era a chance de reverter as críticas.
Por isso, colocou o Mozart contra a África do Sul, no momento
que a partida estava empatada e
a seleção precisava de mais um
atacante. Teve a mesma intenção,
contra Camarões, ao escalar os
laterais Athirson e Fábio Aurélio.
Se o Brasil vencesse, seus amigos
diriam que foi uma jogada de
mestre, de um estrategista.
Provavelmente, Luxemburgo
vai culpar Ronaldinho e Alex pelo
fracasso. Dirá que eles não assumiram a responsabilidade. A culpa será também da imprensa, que
idolatrou esses jogadores.
Se na vitória já era difícil engolir a arrogância e os graves problemas pessoais do treinador, não
dá para aceitar sua permanência
depois de dois anos de fracasso e
desse vexame histórico.
A mudança no comando da seleção não pode ser somente de nomes. É necessário uma grande
transformação no futebol brasileiro. Dentro e fora de campo.
É o que espero.
Somente os puros e ingênuos
acreditam que o mais importante
é competir. A emoção e alegria de
ganhar um título, uma medalha
de ouro, é indefinível. Ao lado do
puro prazer da vitória existe um
sentimento de responsabilidade,
de dever cumprido e de orgulho.
"Sou o máximo, o foda". Alguns
falam, a maioria pensa.
A tristeza de perder quando se
está preparado para vencer é indescritível. Além da desilusão e
amargura da derrota, existe o orgulho ferido e a culpa de não ter
sido capaz de vencer. Muitos, no
choro da derrota, enfatizam que
fizeram tudo para ganhar. "Treinei, fiz tudo, não deu". Exorcizam
a culpa real e ou imaginária.
Atletas como a levantadora
brasileira de peso Maria Elizabeth, e o nadador da Guiné Equatorial Eric resgataram, na Olimpíada, o sonho da pureza e do
prazer de competir.
Ainda bem que eles existem.
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
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