São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2000

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FUTEBOL
Clube tenta acabar com ingerência na definição de reforços que serão contratados para a temporada de 2001
Corinthians quer distância da HMTF para reerguer time

MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O controle sobre o processo de reformulação do Corinthians para a temporada 2001 começa a opor o clube ao seu parceiro, o fundo de investimentos norte-americano HMTF.
Embora dissesse que o clube tinha total autonomia sobre o futebol, era o HMTF quem definia -dando a última palavra- as contratações desde o início da parceria, em abril do ano passado.
Agora, sob o comando do vice-presidente de futebol, Antonio Roque Citadini, o clube quer exercer de fato o controle sobre o seu departamento de futebol.
O primeiro impasse a opor as duas partes envolve a negociação com o Atlético-MG para a contratação do atacante Guilherme e do goleiro Velloso após a participação do clube mineiro na Copa Mercosul.
Com dívidas de US$ 12 milhões, o Atlético-MG aceita negociar os atletas. Seu diretor de futebol, Eduardo Maluf, admitiu ter sido procurado por representantes do clube paulista interessados na contratação de ambos.
""O HMTF pode ter procurado, mas não para o Corinthians. Não falamos em nomes ainda para a reformulação. Se fosse para o Corinthians, eu estaria sabendo. Desconheço o interesse do clube por Guilherme e Velloso. Pode até ser que eles venham a ser colocados em pauta futuramente, mas, por enquanto, a única discussão é sobre o novo gerente de futebol", afirmou Citadini.
""Quem vai definir quem deve ser contratado ou não é o Corinthians. Se o Guilherme foi contratado pelo HMTF, pergunte para eles, então, em nome de quem foi feito o negócio", afirmou.
A Folha tentou ouvir representantes do parceiro corintiano no final da tarde de ontem, mas não obteve resposta.
Citadini refutou, ainda, a possibilidade de o clube contratar um coordenador técnico para trabalhar com o treinador que será contratado para substituir Candinho, que deixou o clube anteontem, como vinha sendo cogitado no Parque São Jorge.
O modelo seria o mesmo adotado pela seleção brasileira, em que o técnico Emerson Leão está subordinado ao coordenador técnico Antônio Lopes.
O HMTF seria favorável à idéia. Uma das hipóteses seria Carlos Alberto Parreira, que se demitiu do Santos esta semana, ocupar o cargo de coordenador, com Paulo César Carpegiani assumindo o cargo de técnico da equipe.
""Não faz sentido isso. Não cabe coordenador no Corinthians porque já vamos ter um gerente de futebol", afirmou Citadini.
O Corinthians deve definir até a próxima semana o futuro da comissão técnica que trabalhava com Candinho.


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