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"Patricinha" vai contra o estereótipo
DA REPORTAGEM LOCAL
"Ô, ô, ôô, corintiano, maloqueiro e sofredor." O grito de guerra
entoado nos estádios e adotado
pela maior torcida paulistana ficou marcado como o estereótipo
do torcedor do Corinthians. Porém, ironicamente até, não é isso
o que revela a pesquisa Datafolha.
Estudante de turismo na zona
leste, Andressa Pinter, 20, é, ela
sim, representante legítima da
massa corintiana. Segundo o Datafolha, 54% da torcida do Corinthians é formada por mulheres.
"Em casa os mais fanáticos pelo
Corinthians somos eu, a minha
mãe e a minha avó. O mais desencanado é o meu irmão", afirma.
Durante a semana, divide seu
tempo entre a faculdade, seu emprego como vendedora em uma
grife de roupas em um shopping e
a academia. "Acho que sou patricinha só no jeito de me vestir."
Aos sábados, sempre que está
de folga, vai ao Parque São Jorge
ver os treinos do time. "Minha família inteira é corintiana. Na minha casa tem uma prateleira só
com coisas do Corinthians, almofada com o escudo do time, esse
tipo de coisa", afirma. "Até hoje a
gente tem guardada a carteirinha
de sócio do meu bisavô."
De tanto ir aos treinamentos,
acabou ficando amiga de alguns
jogadores e chegou até a freqüentar festas acompanhada por eles.
"Tenho uma camiseta que o Fabrício me deu", diz, sorrindo, ao
falar de seu pequeno troféu.
Mas quem pensa que o interesse
da sócia do Corinthians se resume
aos jogadores está enganado.
"Leio tudo que sai sobre o meu time. Gosto de saber quem jogou,
como jogou, quem vai pra que time, essas coisas", conta.
"Dei graças a Deus quando o
Fábio Costa veio para o lugar do
Doni", palpita. "Por mim, o Doni
teria ido até para um lugar mais
longe", diz, referindo-se ao fato de
o goleiro estar agora no Santos.
Apesar de apaixonada pelo Corinthians, Andressa não é frequentadora assídua dos estádios.
As lembranças de sua última visita não são boas. Com a mãe, foi
de carro ao Pacaembu. Da arquibancada, assistiram a quase todo
o primeiro tempo tranquilamente, até chover. "Fiquei desesperada porque estava com o celular na
mão e tive medo que estragasse."
Resultado: deixaram o jogo no
intervalo e voltaram para casa.
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