São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2004

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"Patricinha" vai contra o estereótipo

DA REPORTAGEM LOCAL

"Ô, ô, ôô, corintiano, maloqueiro e sofredor." O grito de guerra entoado nos estádios e adotado pela maior torcida paulistana ficou marcado como o estereótipo do torcedor do Corinthians. Porém, ironicamente até, não é isso o que revela a pesquisa Datafolha.
Estudante de turismo na zona leste, Andressa Pinter, 20, é, ela sim, representante legítima da massa corintiana. Segundo o Datafolha, 54% da torcida do Corinthians é formada por mulheres.
"Em casa os mais fanáticos pelo Corinthians somos eu, a minha mãe e a minha avó. O mais desencanado é o meu irmão", afirma.
Durante a semana, divide seu tempo entre a faculdade, seu emprego como vendedora em uma grife de roupas em um shopping e a academia. "Acho que sou patricinha só no jeito de me vestir."
Aos sábados, sempre que está de folga, vai ao Parque São Jorge ver os treinos do time. "Minha família inteira é corintiana. Na minha casa tem uma prateleira só com coisas do Corinthians, almofada com o escudo do time, esse tipo de coisa", afirma. "Até hoje a gente tem guardada a carteirinha de sócio do meu bisavô."
De tanto ir aos treinamentos, acabou ficando amiga de alguns jogadores e chegou até a freqüentar festas acompanhada por eles. "Tenho uma camiseta que o Fabrício me deu", diz, sorrindo, ao falar de seu pequeno troféu.
Mas quem pensa que o interesse da sócia do Corinthians se resume aos jogadores está enganado. "Leio tudo que sai sobre o meu time. Gosto de saber quem jogou, como jogou, quem vai pra que time, essas coisas", conta.
"Dei graças a Deus quando o Fábio Costa veio para o lugar do Doni", palpita. "Por mim, o Doni teria ido até para um lugar mais longe", diz, referindo-se ao fato de o goleiro estar agora no Santos.
Apesar de apaixonada pelo Corinthians, Andressa não é frequentadora assídua dos estádios.
As lembranças de sua última visita não são boas. Com a mãe, foi de carro ao Pacaembu. Da arquibancada, assistiram a quase todo o primeiro tempo tranquilamente, até chover. "Fiquei desesperada porque estava com o celular na mão e tive medo que estragasse."
Resultado: deixaram o jogo no intervalo e voltaram para casa.



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