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FUTEBOL
Lei, que entra em vigor hoje, acaba com passe em três anos e obriga clubes a se transformarem em empresas
Presidente sanciona Lei Pelé com 17 vetos
da Sucursal de Brasília
O presidente
Fernando Henrique Cardoso
sancionou ontem com 17 vetos a Lei Pelé,
que estabelece
as novas regras para o esporte no
país. A lei entra em vigor hoje,
com sua publicação pelo "Diário
Oficial" da União.
A lei foi sancionada em cerimônia no Palácio do Planalto, na qual
estavam o ministro dos Esportes,
Edson Arantes do Nascimento, o
Pelé, os presidentes do Senado e
da Câmara, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Michel Temer
(PMDB-SP), e atletas.
A Lei Pelé acaba com o passe dos
jogadores em três anos, obriga os
clubes (ou seus departamentos de
esporte profissional) a se transformarem em empresas e dá a independência à Justiça Desportiva,
hoje ligada às federações.
O governo vetou vários pontos
sobre o bingo. A versão original da
lei enviada ao Congresso acabava
com este tipo de jogo. Mas um capítulo foi incluído na Câmara. Os
vetos, por exemplo da obrigação
do uso de cartelas produzidas pela
União, diminuíram o controle do
Estado sobre o bingo.
Os vetos voltarão a ser examinados pela Câmara e pelo Senado. A
derrubada dos vetos exige a aprovação da maioria absoluta nas
duas casas (257 deputados e 41 senadores), em sessão conjunta do
Congresso. É muito raro que um
veto seja derrubado.
O deputado Eurico Miranda
(PPB-RJ), vice-presidente do Vasco, deixou a cerimônia criticando
os vetos. Ele pretende derrubá-los.
Pelé disse que a lei assegura a democracia esportiva. "A democracia não é fácil, mas é justo dizer
que fui testemunha de altos entendimentos, que eu, confesso, injustamente cheguei a duvidar."
O ministro afirmou que ao estabelecer vetos sobre atuação dos
bingos, o objetivo era "moralizar"
e fazer com que o dinheiro destinado ao esporte não seja desviado.
"Foi um dos gols mais difíceis da
minha vida, talvez sem dúvida o
mais difícil, mas a exemplo dos
outros não marquei sozinho", disse Pelé, citando o presidente.
FHC retribuiu os elogios, afirmando que "dá orgulho de ser
brasileiro e ter um país capaz produzir esse gênio do esporte".
"(Essa lei) tocou nas raízes do
país porque diz respeito ao esporte
que é alguma que no Brasil tem
significado de cidadania", disse.
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