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Picerni já teme "ir com o vento"
DA REPORTAGEM LOCAL
Até o vexame de anteontem, o
técnico do Palmeiras, Jair Picerni,
só pensava em como poderia
montar um time que sobreviva na
segunda divisão com os jogadores
que tem à disposição.
Após o desastre, porém, ele
prioriza agora sua própria sobrevivência. "Mais uma lambiscada
como essa, até o vento leva você
para fora de um clube", afirmou.
A diretoria, porém, negou que
seu cargo esteja em perigo.
"O técnico não tem que pagar o
pato. Diretor, presidente, técnico
e jogador têm de pagar o pato juntos", disse o diretor de futebol palmeirense Mário Gianini.
Acostumado a trabalhos de longa duração, como os dois anos e
meio no São Caetano, Picerni sabe que a pressão pode virar em
sua direção. Foi assim quando colecionou seu terceiro vice-campeonato pelo time do ABC e acabou arrancado do comando.
Picerni culpou os 27 dias sem
jogos, devido ao adiamento da Série B e ao descompasso da tabela
da Copa do Brasil, pela falta de ritmo da equipe. "Os quase 30 dias
que ficamos parados não foram
benéficos. Fomos atropelados. O
Vitória estava voando baixo. Deu
tudo errado", lamentou.
Deu errado sua estratégia de
pressionar para sair com uma vitória do Parque Antarctica. Mas,
para ele, a decisão tática não foi a
culpada pela goleada por 7 a 2. "A
culpa foi de todos. Foi uma noite
irreconhecível. Uma noite negra."
O goleiro Marcos, porém, discordou de seu treinador. "A folga
que tivemos teve 10% da responsabilidade. É uma desculpa, como
quando o time joga muito e culpa
a maratona de partidas."
E declarou que o time estava
perdido. "Ficamos lançando, mas
nosso ataque é baixo e perdia a
bola. Vinha contra-ataque e vinha
gol. A culpa não é só da defesa."
Para o meia Magrão, o time não
sabia se defendia ou atacava. "Foi
uma situação desagradável. Não
sabíamos se atacávamos ou defendíamos", disse o jogador.
(RB)
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