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Despenca a avaliação do trabalho de Scolari
Desaprovação sobe de 3%, antes de o técnico assumir seleção, para 18%
DA REPORTAGEM LOCAL
As sofríveis exibições da seleção
desde o início da gestão de Luiz
Felipe Scolari fizeram a avaliação
do treinador despencar na opinião do torcedor brasileiro.
É o que revela pesquisa Datafolha realizada em 127 municípios
de todos os Estados no dia 18 de
setembro passado, duas semanas
após o último jogo do Brasil, a
derrota por 2 a 1 para a Argentina,
em Buenos Aires, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002.
Foram entrevistadas 2.830 pessoas acima de 16 anos. A margem
de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos,
dentro de um intervalo de confiança de 95%.
Segundo o levantamento, 31%
consideram o desempenho de
Scolari ótimo ou bom, 32% avaliaram como regular e 18% como
ruim ou péssimo -19% disseram
não saber responder.
Foi a segunda pesquisa do instituto em todo o território nacional
sobre o assunto.
A primeira, feita entre os dias 25
e 28 de junho, dias antes da estréia
de Scolari, num jogo contra o
Uruguai pelas eliminatórias, mostrou que dois terços dos brasileiros alimentavam uma expectativa
positiva em relação ao trabalho
do técnico na seleção.
Para 66% dos entrevistados pelo
Datafolha, ele faria uma gestão
ótima ou boa, enquanto 14% projetaram um desempenho regular,
e 3%, ruim ou péssimo (17% declararam não saber).
Desta vez, a avaliação de Scolari
melhora entre os entrevistados
que afirmaram ter muito interesse por futebol (45% de ótimo/
bom) e piora entre os mais jovens
(23% de ruim/péssimo entre os
pesquisados de 16 a 24 anos).
A reportagem tentou ouvir o
treinador da seleção brasileira sobre o resultado da pesquisa, mas
ele disse, por intermédio de seu
assessor de imprensa, que preferia não se manifestar.
Desde que Scolari assumiu o
cargo de técnico, em 12 de junho
passado, a seleção já fez oito jogos, com um aproveitamento de
50% dos pontos disputados.
Venceu quatro partidas (Peru e
Paraguai, pela Copa América, Panamá, num amistoso, e de novo
os paraguaios, nas eliminatórias)
e perdeu quatro (Uruguai e Argentina, pelas eliminatórias, e
México e Honduras, na Copa
América da Colômbia).
O aproveitamento do time sob o
comando do treinador gaúcho é
ligeiramente superior ao do registrado pelo seu antecessor, Emerson Leão (48,5 % em 11 jogos, com
quatro vitórias, quatro empates e
três derrotas), mas bem pior do
que o dos que comandaram o time brasileiro antes de Leão.
Quando foi dirigida por Mario
Zagallo, entre dezembro de 1994 e
julho de 1998, a seleção fez 65 jogos e teve 78,4% de aproveitamento -47 vitórias, 12 empates e
somente 6 derrotas.
Já com Wanderley Luxemburgo, de agosto de 1998 a agosto de
2000, foram 36 partidas, com 19
vitórias, 8 empates e 5 derrotas
(aproveitamento de 60,2%).
Pelas eliminatórias, o Brasil de
Scolari fará mais três jogos. No dia
7 de outubro, enfrenta o Chile, em
Curitiba. O time se apresenta a
Scolari na próxima segunda-feira,
na capital paranaense.
Em novembro, vai a La Paz pegar a Bolívia e, por fim, receberá a
Venezuela em casa (Porto Alegre
e São Luís são as favoritas para
abrigar essa partida).
São Paulo
No intervalo entre os dois levantamentos nacionais, o Datafolha
realizou uma pesquisa sobre o
mesmo assunto apenas na cidade
de São Paulo, no dia 30 de agosto.
Duas semanas antes, o Brasil
havia acabado de vencer o Paraguai por 2 a 0, em Porto Alegre,
pelas eliminatórias, e estava a seis
dias de enfrentar a Argentina, pelo mesmo torneio.
Mesmo com a vitória recente
sobre os paraguaios, o resultado
daquele levantamento foi parecido com o registrado na última
pesquisa nacional.
O índice de ótimo/bom foi de
47%, o de regular ficou em 32%, e
o de ruim/péssimo, em 11% ( o
mesmo percentual dos que não
souberam responder).
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