São Paulo, terça-feira, 25 de setembro de 2001

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Despenca a avaliação do trabalho de Scolari

Desaprovação sobe de 3%, antes de o técnico assumir seleção, para 18%

DA REPORTAGEM LOCAL

As sofríveis exibições da seleção desde o início da gestão de Luiz Felipe Scolari fizeram a avaliação do treinador despencar na opinião do torcedor brasileiro.
É o que revela pesquisa Datafolha realizada em 127 municípios de todos os Estados no dia 18 de setembro passado, duas semanas após o último jogo do Brasil, a derrota por 2 a 1 para a Argentina, em Buenos Aires, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002.
Foram entrevistadas 2.830 pessoas acima de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%.
Segundo o levantamento, 31% consideram o desempenho de Scolari ótimo ou bom, 32% avaliaram como regular e 18% como ruim ou péssimo -19% disseram não saber responder.
Foi a segunda pesquisa do instituto em todo o território nacional sobre o assunto.
A primeira, feita entre os dias 25 e 28 de junho, dias antes da estréia de Scolari, num jogo contra o Uruguai pelas eliminatórias, mostrou que dois terços dos brasileiros alimentavam uma expectativa positiva em relação ao trabalho do técnico na seleção.
Para 66% dos entrevistados pelo Datafolha, ele faria uma gestão ótima ou boa, enquanto 14% projetaram um desempenho regular, e 3%, ruim ou péssimo (17% declararam não saber).
Desta vez, a avaliação de Scolari melhora entre os entrevistados que afirmaram ter muito interesse por futebol (45% de ótimo/ bom) e piora entre os mais jovens (23% de ruim/péssimo entre os pesquisados de 16 a 24 anos).
A reportagem tentou ouvir o treinador da seleção brasileira sobre o resultado da pesquisa, mas ele disse, por intermédio de seu assessor de imprensa, que preferia não se manifestar.
Desde que Scolari assumiu o cargo de técnico, em 12 de junho passado, a seleção já fez oito jogos, com um aproveitamento de 50% dos pontos disputados.
Venceu quatro partidas (Peru e Paraguai, pela Copa América, Panamá, num amistoso, e de novo os paraguaios, nas eliminatórias) e perdeu quatro (Uruguai e Argentina, pelas eliminatórias, e México e Honduras, na Copa América da Colômbia).
O aproveitamento do time sob o comando do treinador gaúcho é ligeiramente superior ao do registrado pelo seu antecessor, Emerson Leão (48,5 % em 11 jogos, com quatro vitórias, quatro empates e três derrotas), mas bem pior do que o dos que comandaram o time brasileiro antes de Leão.
Quando foi dirigida por Mario Zagallo, entre dezembro de 1994 e julho de 1998, a seleção fez 65 jogos e teve 78,4% de aproveitamento -47 vitórias, 12 empates e somente 6 derrotas.
Já com Wanderley Luxemburgo, de agosto de 1998 a agosto de 2000, foram 36 partidas, com 19 vitórias, 8 empates e 5 derrotas (aproveitamento de 60,2%).
Pelas eliminatórias, o Brasil de Scolari fará mais três jogos. No dia 7 de outubro, enfrenta o Chile, em Curitiba. O time se apresenta a Scolari na próxima segunda-feira, na capital paranaense.
Em novembro, vai a La Paz pegar a Bolívia e, por fim, receberá a Venezuela em casa (Porto Alegre e São Luís são as favoritas para abrigar essa partida).

São Paulo
No intervalo entre os dois levantamentos nacionais, o Datafolha realizou uma pesquisa sobre o mesmo assunto apenas na cidade de São Paulo, no dia 30 de agosto.
Duas semanas antes, o Brasil havia acabado de vencer o Paraguai por 2 a 0, em Porto Alegre, pelas eliminatórias, e estava a seis dias de enfrentar a Argentina, pelo mesmo torneio.
Mesmo com a vitória recente sobre os paraguaios, o resultado daquele levantamento foi parecido com o registrado na última pesquisa nacional.
O índice de ótimo/bom foi de 47%, o de regular ficou em 32%, e o de ruim/péssimo, em 11% ( o mesmo percentual dos que não souberam responder).


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