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Cariocas tentam barrar poder paulista na Liga RJ-SP
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Os grandes clubes do Rio vão
dar início hoje a uma ofensiva carioca para barrar o poder paulista
na nova Liga Rio-São Paulo.
Às 17h, os presidentes do Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo vão se reunir no Copacabana Palace, hotel na zona sul carioca, para tratar do assunto.
No encontro, o principal objetivo dos dirigentes dos grandes clubes do Rio é tirar o poder do presidente da Federação Paulista de
Futebol, Eduardo José Farah, na
nova entidade. Farah é o preferido da maioria dos clubes de São
Paulo para assumir a direção da
Liga, que vai organizar as próximas edições do Torneio Rio-SP.
Para isso, os dirigentes dos clubes do Rio querem alterar a estrutura de poder da Liga (nove paulistas e sete cariocas) -todos com
poder de voto.
Os cariocas querem que apenas
os quatro grandes de São Paulo
(Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos) e os outros quatro do
Rio (Flamengo, Vasco, Botafogo e
Fluminense) tenham poderes na
nova entidade.
Além de dificultar a entrada do
presidente da Federação Paulista
no comando da entidade, os presidentes de clubes do Rio acreditam que a estrutura de poder da
Liga favorece a perpetuação dos
paulistas no seu comando.
"Não pode haver a concentração de poder nas mãos de um só
Estado. A Liga tem que ser formada apenas pelos quatro grandes
de cada lado. O restante será convidado", afirmou o vice de futebol
do Fluminense, Marcelo Penha.
""Além disso, nós [os oito times"
representamos cerca de 95% da
torcida desses Estados e não podemos abrir mão disso", acrescentou o dirigente tricolor.
De acordo com o novo calendário do futebol brasileiro, a Liga
Rio-São Paulo terá o poder de organizar já no próximo ano o Torneio Rio-SP. A competição regional, que nos últimos anos só teve a
presença dos oito maiores clubes
da região, será ampliada e conseguirá maior destaque no primeiro
semestre do que os Campeonatos
Estaduais, que devem ser disputados apenas pelos times mais modestos dos dois Estados.
""O equilíbrio é sempre importante no desenvolvimento de
qualquer produto. Na nova Liga,
isso terá de ser respeitado", disse
o presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, outro que
não concorda com a concentração de poder nas mãos dos clubes
de São Paulo.
Os dirigentes cariocas também
são contrários à minuta do contrato social da Liga Rio-SP, editada no último dia 16 e revelada anteontem pela Folha.
Segundo o documento, Farah
deverá ter poderes sobre os quatro grandes do Rio e os outros
quatro de São Paulo.
Se for aprovada a minuta, o presidente da Federação Paulista de
Futebol vai acumular os dois cargos mais importantes da entidade
-as presidências da Liga e do
Comitê Executivo do órgão.
De acordo com o documento, o
Comitê Executivo terá poderes
""para a cessão do direito de exploração e/ou prestação de serviços
relativos aos direitos de imagem e
demais direitos das entidades de
práticas esportivas".
Ou seja, Farah terá poderes para
negociar até o uso das marcas dos
grandes clubes.
O documento também não estipula o prazo do mandato do dirigente, que sempre defendeu a
presença dos maiores clubes do
Estado no Campeonato Paulista.
""Não está nada definido. Vou
pedir a contratação de uma empresa internacional com experiência na área para preparar o estatuto da melhor maneira possível", disse o presidente do Flamengo, descartando aprovar a
minuta que dá superpoderes na
nova Liga a Farah.
Na reunião de hoje, os cariocas
também vão elaborar um plano
de marketing para a Liga e a fórmula de disputa do torneio. A intenção dos dirigentes é que a fórmula seja mantida nos primeiros
quatro anos, respeitando os critérios de acesso e descenso.
Pelo calendário elaborado para
o futebol brasileiro nos próximos
anos, o Rio-São Paulo vai acontecer entre janeiro e abril.
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