São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

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Comissão passa por processo de esvaziamento

DA REPORTAGEM LOCAL

Aberta em junho de 2003, com base em investigação da Polícia Federal, a CPI do Banestado (Banco do Estado do Paraná) apura responsabilidades sobre evasão de divisas do Brasil destinadas a paraísos fiscais.
No entanto, a CPI passa por um processo de esvaziamento. No final de agosto, o governo fechou acordo com a cúpula do Congresso, incluindo a oposição, para desidratar e matar na prática a comissão mista no Congresso, controlando as suas atividades até dezembro.
Os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), serão os condutores dessa operação, que visa enterrar as rusgas entre Planalto e governo e oposição, impedindo a apuração de denúncias contra políticos dos dois lados.
Os oposicionistas dizem que a CPI tem finalidade político-eleitoral. Já o governo acusou a oposição de fazer guerra eleitoral com acusações infundadas.
O montante desviado soma US$ 30 bilhões. O principal destino do dinheiro no exterior era a agência do Banestado em Nova York.
Segundo a PF, um grupo de doleiros operava diversas contas no Banestado em NY, de onde movimentavam dinheiro para outros bancos nos EUA. De lá, reenviavam a paraísos fiscais. Há suspeita de lavagem de dinheiro e ligações com o tráfico de drogas.
"Assim como no Beacon Hill, as operações no MTB são suspeitas", diz o relator da CPI, deputado José Mentor (PT-SP).
Ele diz ter ouvido falar da movimentação envolvendo um dos membros da cúpula corintiana com os doleiros.
No mês passado, a PF prendeu 64 doleiros. Eles usavam uma conta-mãe no banco Chase Manhattan. Batizada de Beacon Hill, ela é investigada nos EUA por suspeita de lavagem de dinheiro. (EAR, RP E RV)


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