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BASQUETE
Confederação terá que incluir seis clubes da Nossa Liga na competição masculina, que pode ter entre 19 e 24 equipes
CBB perde e engole rebeldes em Nacional
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os clubes da Nossa Liga venceram mais um round na busca por
vaga no Nacional masculino administrado pela CBB (Confederação Brasileira de Basquete).
Ontem, a juíza Maria Luiza Niederauer, da 46ª Vara Cível do Rio,
confirmou liminar que obriga a
CBB a incluir, em 48 horas, Araraquara, Casa Branca, Limeira, Rio
de Janeiro, São José dos Pinhais e
Ulbra-Mogi no campeonato.
Caso as equipes continuem fora
da competição, a entidade será
obrigada a pagar multa diária de
R$ 100 mil. Esse valor é o dobro
do que havia sido estipulado na
primeira liminar, concedida pela
mesma juíza, no mês passado.
Sem contar mais com recursos
até o julgamento do processo, Gerasime Bozikis, o Grego, presidente da CBB, irá acatar a decisão.
"A confederação já foi notificada pela Justiça. Conversei com o
Grego e amanhã [hoje] ele irá
cumprir [a liminar]. Mas ainda
não sabemos quem vai querer entrar no Nacional", diz João Carlos
Ferreira, advogado da entidade.
De fato, a maioria dos signatários do pedido não tem a intenção
de participar da disputa. A Folha
apurou que o único interessado
no evento é o Rio, cujo diretor é
Oscar, maior opositor da CBB.
"Não queremos jogar o Nacional. Mas a decisão tem que ser
nossa. A Ulbra é campeã gaúcha e
tem direito à vaga", afirma Enrique Barrera, dirigente da Ulbra.
No pedido à Justiça, os clubes
alegaram critérios técnicos para
assegurar presença no Nacional.
A CBB, por sua vez, afirmava
que as equipes não se inscreveram no prazo e não obedeciam a
um dos itens do regulamento, que
as impedia de disputar "campeonato similar", no caso, a Nossa Liga, torneio criado pelos clubes,
que concorre com o Nacional.
Vencida a etapa na Justiça, resta
definir com quantos times ficará o
torneio da CBB. O Nacional, iniciado em 11 de dezembro com 18
equipes, poderia ficar com até a
24 clubes, mas o provável mesmo
é que inclua só uma agremiação
-o Rio- e feche as contas em 19.
Não bastasse isso, a decisão da
Justiça não encerra o imbróglio
que se tornou o basquete do país.
Pode ser só mais um capítulo das
pendengas entre Grego e Oscar.
A equipe carioca quer participar
do Nacional para garantir direito
de ser um dos representantes do
país na Liga Sul-Americana, principal torneio de clubes da região.
A disputa interessa à Telemar,
uma das patrocinadoras do time.
O problema é que a CBB já indicou Uberlândia, Ribeirão Preto e
Brasília na Liga Sul-Americana,
cujas inscrições estão encerradas.
Se incluir o Rio, campeão do
Nacional-05, teria que tirar da liga
o Brasília, quarto colocado do último Brasileiro. A dificuldade de
retirar a equipe do DF é que ela já
foi indicada para ser sede de um
dos grupos da primeira fase.
Com isso, resta à confederação
arrumar mais uma vaga para o
país na liga. Ou enfrentar o desgaste de nova batalha jurídica.
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