São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2004

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ABC mostra agora força de seu A

Algoz de Atlético-MG e Palmeiras, Santo André brilha na Copa do Brasil e vê oportunidade de, como o vizinho São Caetano, ganhar reconhecimento nacional e disputar Libertadores

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Vizinho do São Caetano, clube sensação do futebol brasileiro nos últimos anos, o Santo André ensaia novos passos para ganhar respeito no futebol nacional e se aproximar de seu rival no ABC.
O time enfrenta hoje o 15 de Novembro-RS, no Pacaembu, em São Paulo, às 21h45, pela fase semifinal da Copa do Brasil, e vem credenciado por uma ótima campanha, ainda que turbulenta.
O Ramalhão, como é chamado pelos torcedores, eliminou do torneio Atlético-MG, Guarani e Palmeiras, que juntos somam seis Campeonatos Brasileiros. Façanhas mais significativas que a do adversário, o hiperdesconhecido 15 de Novembro, da Série C, que de campeões só venceu o Vasco.
Mas não foi fácil. No meio da competição, o clube perdeu seis jogadores -donos do próprio passe e contratados apenas para a disputa do Campeonato Paulista. O time não teve como segurar a saída de peças importantes.
Dos titulares, Vander e Alexandre foram para a Ponte Preta, e Cléber Gaúcho, para o Criciúma, ambos da Série A. A segunda divisão também fez vítimas: Fumagalli se mandou para o Marília, e Edmílson e Cláudio, para a Lusa.
"Se a gente ganhar a Copa do Brasil, vai ser com o time reserva. Se ainda fosse o titular, eu já estaria comemorando", afirma Ovidio Simpionato, 49, presidente da Tuda (Torcida Uniformizada Dragões Andreenses) e seguidor do clube desde 1979.
Para não perder o costume do sufoco, nem na Segundona o Santo André consegue um refresco: o clube perdeu 12 pontos (está com seis negativos) em caso similar ao que fez o Coritiba perder pontos na Série A. Dois jogadores não constavam no BID, boletim em que a CBF divulga os inscritos. Não fosse isso, o time estaria em quinto lugar. O clube entrou com recurso no STJD e tenta, como o Coritiba, recuperar os pontos.
Após eliminar o Guarani nas oitavas-de-final, foi a vez do técnico Luís Carlos Ferreira sair da equipe, rumo ao Sport. Em seu lugar entrou Péricles Chamusca, que se celebrizou por levar o Brasiliense à final da Copa do Brasil em 2002, contra o Corinthians, que terminou campeão. E, para piorar, ainda vinha o Palmeiras.
"Conhecia alguns dos jogadores, como o [zagueiro] Dedimar, que trabalhou comigo no Vitória, mas precisei ver fitas para saber das características do time", afirma Chamusca, que estreou batendo o Ceará por 2 a 0 pela Série B.
Contra o Palmeiras, o Santo André resolveu dar uma de São Caetano. Jogando de igual para igual, o time azul e branco arrancou empates em 3 a 3, em casa, e 4 a 4, no Parque Antarctica, conquistando a vaga pelo número de gols no campo do adversário.
No total, os números são de respeito: o Santo André conseguiu quatro empates, duas vitórias e só uma derrota em sete jogos. Entre os semifinalistas, o ataque, com 16 gols, só perde para o do Flamengo (17), que tenta a vaga contra o Vitória em jogo a ser marcado amanhã, após o julgamento de um recurso do clube baiano.
Nada mal para um time fundado em 1967, como Santo André Futebol Clube, e rebatizado em 1975 como Esporte Clube Santo André. Mais velhos que o mano Caetano -fundado em 1989-, os andreenses nunca chegaram a finais de Libertadores, Brasileiro ou mesmo de Paulista.
Hoje, mais desfalques: os meias Elvis e Ramalho estão suspensos- entram Marquinhos Bolacha e Tássio, autor do gol que eliminou o Palmeiras-, e o zagueiro Alex está lesionado.


NA TV - Santo André x 15 de Novembro, ao vivo, às 21h45, na Sportv


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