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TÊNIS
Alguma novidade?
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
É em Roland Garros que os
"arrogantes franceses" exercem todo o seu patriotismo. Além,
óbvio, do orgulho de promover
um belo torneio, é onde vêem desfilar seu exército de tenistas (mesmo que apenas regulares).
Romanticamente até, acreditam que algum soldado fará como Yannick Noah fez em 1993.
Sebastien Grosjean, a maior esperança, levou os locais à loucura
em 2001, quando, nas quartas,
bateu o careca André Agassi (com
Bill Clinton na torcida). Mas naquele ano tiveram de engolir Gustavo Kuerten. A francesada só fez
a festa mesmo quando Mary Pierce ganhou, em 2000. E, assim assim, uma festa "meia-boca".
Enquanto esperam, sentados,
têm de torcer por Grosjean (dureza, hein?) e ver Michael Llodra,
Stephane Robert, Nicolas Mahut,
Oliver Patience, Arnaud Di Pasquale, Julien Boutter e Jean-René
Lisnard (que tédio, hein?).
Um tal Jerome Haehnel, de tão
ruim (271º do mundo), não entrou na chave principal nem com
um convite. Passou pelo qualify-ing (sim, com méritos); na estréia,
derrubou Agassi, o maior vencedor em atividade no tênis.
Antes de falar do fim da carreira de Agassi, um fato real, ou de
adular o tal Haehnel, um exagero, lembrei, a partir dessa zebra,
que assim tem sido em Paris ultimamente: uma terra para gente
nova, uma festa para debutantes.
Nenhum Grand Slam, repare, é
tão generoso na hora de abrir seu
caminho e dar a fama do que Roland Garros. Nos últimos 15 anos,
dez tenistas abocanharam em Paris a sua vaga na lista de campeões de Grand Slam. Tem os que
ficaram só nisso (Michael Chang-89 e Thomas Muster-95) e os que
não ficaram só nisso, mas só lá
(Guga-97-00-01 e Sergi Bruguera-93-94). São 19 campeões de Grand
Slam que conheceram o reconhecimento em Paris.
Com cada vez mais jovens chegando aos títulos, com os favoritos Kuerten e Ferrero suando para passar da estréia e com uma
desconfiança em torno de figuras
de respeito como Roger Federer,
Andy Roddick, Lleyton Hewitt e
Marat Safin, muita gente já começa a apostar no mais novo
campeão de Grand Slam.
Claro que só mesmo os franceses vão ver o jogo de Haehnel contra Michael Llodra, hoje, em Roland Garros. Mas, para não falar
em Guillermo Coria, é em torno
de David Nalbandian, Juan Ignácio Chela, Nicolas Massú, Tommy
Robredo e até Andrei Pavel que
gira uma grande curiosidade.
Pode parecer exagero, sim, mas,
do jeito que a coisa tem andado
em Paris nos últimos tempos, não
custa nada deixar a imagem da
TV nos jogos desses sujeitos, aparentemente sem graça, enquanto
o jogão mesmo não começa.
Vai ver, daqui a uma semana só
sobram esses mesmos sujeitos.
E não é que o problema de Gustavo Kuerten é sério? De tanto o
estafe do tenista anunciar aos
quatro ventos que "tudo estava
bem", quase acreditei que, sei lá,
fosse tática para Roland Garros.
Na semana passada, quando
esta coluna perguntou quem era
o favorito, ninguém, nas dezenas
de e-mails, cravou o nome dele.
Show!
Fernando Meligeni foi até a divisa com o Uruguai, deu aula para jovens, participou de um jogo-exibição e ajudou a arrecadar uma tonelada de alimento em Uruguaiana. É isso aí!
Oba!
Marcelo Meyer lançou o livro "Tênis - Muito mais que um jogo".
Com muitas fotos de arquivo pessoal e um texto muito bem escrito
por Erick Castelhero, o livro vale a pena.
Viva!
Diego Cubas, Florentina Hanisch, Daniel da Silva, Marcela Bueno,
Willian Franco, Lara Rafful, Matheus Junqueira e Milne Poffo venceram a terceira etapa da Credicard Junior's Cup, em Joinville.
E-mail randaku@uol.com.br
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