São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O PERSONAGEM

Novato do ano, Gasol aposta em valores latinos

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Primeiro europeu a ser eleito o melhor novato da NBA, o ala-pivô espanhol Pau Gasol, 22 anos e 2,13 m, disse acreditar que, a partir de agora, novos valores latinos poderão despontar na principal liga de basquete do mundo.
Ainda se acostumando com o assédio conseguido após ter obtido média de 17,6 pontos e 8,9 rebotes por partida em sua temporada inicial da NBA, Gasol assumiu seu papel de arma comercial do Memphis Grizzlies, um dos piores times da liga americana.
Franquia surgida na expansão de 1994, a equipe fracassou em Vancouver, no Canadá, e disputou sua primeira temporada em Memphis.
Acostumada a fazer campanhas sofríveis -na última temporada foram 59 derrotas e só 23 vitórias-, a equipe, ao menos, se consolou em ter contado com o premiado espanhol, que ficou com 117 dos 126 votos possíveis na eleição para o melhor novato.
"Acreditei que ganharia o troféu [de novato do ano] na medida em que iam passando os meses", afirmou.

Folha - Você esperava todo esse sucesso em sua primeira temporada na NBA?
Pau Gasol -
Sempre tive fé em minhas possibilidades. Acima de tudo sempre trabalhei no meu limite para atingir minhas metas. De qualquer forma, o prêmio de novato do ano foi se tornando possível com o decorrer do campeonato.

Folha - É mais difícil para um jogador estrangeiro conseguir espaço na liga?
Gasol -
Sim. É mais difícil porque é um campeonato dominado pelos afro-americanos. Você tem que mostrar todo seu talento como jogador para que te respeitem. Mas, a cada ano, a NBA se mostra mais interessada em não-americanos. Na próxima temporada, com a entrada de Yao Ming, o impacto será ainda maior.

Folha - Qual a impressão que estão causando os jogadores latinos atualmente?
Gasol -
Pouco a pouco estão respeitando mais os jogadores que não são formados nos EUA, inclusive os latinos.

Folha - Como é ser o principal ídolo do Memphis Grizzlies, um time que não costuma ter muitos motivos para comemorar?
Gasol -
Não é ruim, porque não me aborrecem muito e respeitam minha intimidade.

Folha - O assédio na NBA é diferente do que você enfrenta na Espanha?
Gasol -
Às vezes é um pouco chato. Mas tento assumir isso como parte das minhas obrigações e sempre tento fazer o melhor possível.

Folha - A franquia já criou até uma história em quadrinhos em que você é o herói do time...
Gasol -
Isso é normal com os jogadores que se destacam na NBA. O aspecto comercial é fundamental na liga.



Texto Anterior:
FOLHA ESPORTE
Basquete: Nenê encerra jejum e faz história na NBA

Próximo Texto: Automobilismo: FIA discute hoje "marmelada" da Ferrari no GP da Áustria de F-1
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.