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AUTOMOBILISMO
Entidade promete punir jogo de equipe
FIA aperta cerco para marmelada não manchar Mundial deste ano
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A INDIANÁPOLIS
A FIA não quer ver sua obra
manchada por uma marmelada.
E ontem, nos EUA, deixou bem
claro: nas duas últimas corridas
do Mundial mais disputado desde
1999, não vai tolerar nenhum movimento que dê margem a interpretações de jogo de equipe.
"Qualquer suspeita de jogo de
equipe, eu disse qualquer evidência, qualquer mínima pista, vai ser
levada para os comissários. A regra será aplicada com todo o rigor", afirma Max Mosley, presidente da entidade máxima do automobilismo, em um comunicado distribuído em Indianápolis.
O circuito recebe hoje os primeiros treinos para o GP dos
EUA, penúltimo do Mundial. A
sessão pré-classificatória é às 16h.
Em outubro passado, a FIA alterou o artigo do regulamento sobre jogos de equipe, proibindo
qualquer movimento entre companheiros durante um GP. Em caso de infração, a pena será estipulada pelo tribunal da entidade.
O recado de Mosley tem endereços certos: os boxes de Ferrari,
Williams e McLaren. As três equipes ainda lutam pelo Mundial de
Construtores. E o mais importante: todas têm um representante na
apertada disputa do de Pilotos.
"Vamos olhar para tudo, não
apenas para trocas de posições
deliberadas, no final da corrida",
completou Mosley, o artífice das
mudanças de regras em 2003, que
contribuíram, em boa parte, para
a atual situação do campeonato.
Hoje, o pentacampeão Michael
Schumacher, da Ferrari, tem 82
pontos. Juan Pablo Montoya, da
Williams, 79, seguido por Kimi
Raikkonen, da McLaren, com 75.
A última vez que a F-1 viu uma
temporada tão acirrada foi em
1999 -um ano atípico, em que
Schumacher quebrou a perna e
perdeu sete GPs. Naquela ocasião,
Mika Hakkinen, Eddie Irvine,
Heinz-Harald Frentzen e David
Coulthard chegaram à penúltima
etapa com chances de título.
Coincidência ou não, o recado
foi dado no circuito que viu, no
ano passado, uma das grandes
marmeladas da F-1. Para retribuir
os favores de Rubens Barrichello
ao longo do ano, Schumacher
quase parou o carro na última
volta e deu a vitória ao brasileiro.
Neste ano, houve suspeitas de
jogo de equipe da McLaren, na Inglaterra, e da Williams, na Hungria. A FIA fez vistas grossas, mas
trégua acaba neste fim de semana.
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