São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 2002

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POR QUÊ?

Time investe na base e deixa de ser coadjuvante

DA REPORTAGEM LOCAL
E DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Sem os veteranos da época de dinheiro fácil dos tempos da Parmalat, o Juventude mirou nas categorias de base e deixou de ser um coadjuvante no Campeonato Brasileiro para pensar no título da edição 2002.
Praticamente metade do time titular que levou a equipe de Caxias do Sul à quarta colocação na fase de classificação se formou no próprio clube.
Nesse grupo está o principal atleta do time. Descoberto em São Paulo, o meia-atacante Michel, 22, é o maior articulador das jogadas ofensivas do time.
Também começou sua carreira profissional no Juventude o goleiro Diego, 23, que foi o principal responsável pelo empate de 0 a 0 com o Grêmio no último domingo, no Olímpico.
Outros pratas da casa de destaque na campanha da equipe no Brasileiro são o lateral-direito Mineiro, 20, e os meias Dionattan, 20, e Marcelo, 22.
Uma nova fornada de revelações, porém, já está a caminho.
Principal fruto do acordo com a Parmalat na estrutura do clube, o CFA (Centro de Formação de Atletas) tem sete campos de futebol espalhados em 30 hectares e próximo ao estádio Alfredo Jaconi. Há atualmente, no centro de formação, mil alunos participando da escolinha de futebol.
Outro fator decisivo para a boa campanha da equipe foi o tempo disponível para o técnico Ricardo Gomes montar seu time. Com a equipe eliminada precocemente nas competições do primeiro semestre, ele treinou o grupo que disputa o Nacional por quase dois meses.
Com um elenco jovem e entrosado, o Juventude, única equipe que permaneceu na zona de classificação durante toda a primeira fase, começou o Brasileiro de forma arrasadora.
Nas dez rodadas iniciais, foram oito vitórias, sempre com uma defesa muito segura.
O Juventude chegou a ter uma média de gol sofrido inferior a 0,50 por partida. Depois, caiu um pouco de produção, entretanto ainda ostenta hoje a segunda defesa menos vazada do Campeonato Brasileiro.

Parceria
Fundado em junho de 1913, o Juventude, até o advento da Parmalat, tinha como principal glória o vice-campeonato gaúcho de 1965 -o Grêmio sagrou-se campeão naquele ano.
De maio de 1993 a julho de 2000, a Parmalat, como fez com o Palmeiras, manteve uma relação de co-gestão com o clube caxiense. Durante esse período, a multinacional italiana emprestou para o Juventude jogadores que estavam em má fase no Palmeiras, como Galeano e Alex Alves.
Além disso, utilizou o time de Caxias do Sul como ponte para grandes negócios, como o que colocou o lateral-direito Cafu no clube do Parque Antarctica.
"A Parmalat acertou ao vir para Caxias do Sul, cidade de origem italiana, que a recebeu muito bem. Para nós, ela ajudou com ensinamentos e recursos. Ela nos ensinou a montar uma estrutura verdadeiramente profissional e nos trouxe jogadores de alto nível. O efeito disso se dá a longo prazo", afirma Marcos Cunha Lima, o presidente do Juventude.


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