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PAN-AMERICANO
Comitê alega que R$ 95 mi cobririam geração de sinal; lucro de emissoras pode ser de centenas de milhões
Rio-07 pede verba pública para pagar TV
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Co-Rio (Comitê Organizador
do Pan-2007) encaminhou ao Ministério do Esporte ofício no qual
pede à pasta que contrate uma
produtora para a geração de imagens e sons do evento. Por suas estimativas, o custo desse serviço ficará em torno de R$ 95 milhões.
Tal soma é maior do que o orçamento do ministério para o ano
inteiro, após contingenciamento.
A demanda já foi encaminhada
para estudos. Mas foi inesperada,
pois, segundo a pasta, pelo planejamento original o investimento
total do Esporte no Pan-2007 atingiria US$ 38 milhões (cerca de R$
99 milhões). Assim, caso o pedido
seja atendido, só restaria R$ 4 milhões para as demais áreas.
Para justificar o valor, o Co-Rio
afirma que o custo não é tão grande -representaria 20% do que
foi gasto com os mesmos fins nos
Jogos de Atenas. Mas não apresenta a despesa em outros Pans.
No plano inicial, havia custo
não-especificado sobre transmissão dirigido ao ministério de US$
15 milhões (cerca de R$ 39 mi).
A discrepância é explicada pelo
Co-Rio com o argumento de que
a única estimativa de valor existente para os referidos fins foi elaborada à época da candidatura do
Rio aos Jogos. Mas faz questão de
ressaltar que à época não estavam
definidos parâmetros e guias para
a contratação do serviço.
Apesar de no passado o Co-Rio
ter sido questionado sobre quem
arcaria com eventual déficit resultante da diferença entre gastos e
arrecadação, em momento algum
foi explicado publicamente qual o
papel da União na operação.
O Co-Rio foi o primeiro comitê
organizador de Pan a adquirir os
direitos de transmissão de TV e de
merchandising da competição.
A promessa do crescimento de
horas de transmissão, especialmente das competições envolvendo países periféricos, foi um importante trunfo na campanha do
Rio para derrotar a americana
San Antonio em agosto de 2002
pelo direito de organizar o Pan.
Os países caribenhos estão cansados de ter suas imagens preteridas por produtoras de outros países. O Rio prometeu que faria todo o possível para que isso não
acontecesse caso fosse escolhido.
E foi prometido que países pequenos receberiam de graça o sinal. O retorno ocorreria na forma
de patrocinadores interessados
em penetrar nesses territórios.
Os direitos de transmissão no
país já foram adquiridos por Globo, Globosat, ESPN Brasil e Sistema Globo de Rádio. A TV Globo
pagou R$ 7,5 milhões e lançou no
mercado plano comercial com
seis cotas de patrocínio de R$
50,648 milhões -no total seriam
R$ 304 milhões.
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