São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 2000

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BASQUETE
Após saída de jogadoras para o Rio, FPB ajuda times a pagar reforços
Enfraquecido, Paulista faz aposta em estrangeiras

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Paulista feminino começa hoje, com três partidas, ainda sofrendo o efeito da perda de boa parte de suas principais atletas para o basquete carioca.
Após sua eliminação do Nacional, em maio, o BCN/Osasco anunciou o final da equipe. Isso motivou o Vasco da Gama a formar seu time no Rio, contratando meio time de Osasco: Claudinha, Kelly, Elena e Kátia Denise.
Além disso, a equipe cruz-maltina contará com Janeth, maior estrela da seleção brasileira, que deixou o Santo André após oito anos no time do ABC paulista.
Tentando amenizar os efeitos da debandada, a FPB (Federação Paulista de Basquete) decidiu pagar parte dos salários de duas estrangeiras -US$ 3.000 por atleta- para cada um dos oito times que disputam o torneio.
Inicialmente, a FPB anunciou que traria jogadoras da seleção cubana para distribuir duas por equipe. No entanto, a federação de Cuba não liberou as atletas para vir atuar no Brasil.
"Foi até melhor, já que abriu a possibilidade de as equipes escolherem a jogadora que mais se encaixava em suas necessidades", afirmou Toni Chakmati, presidente da federação paulista.
O problema é que os principais times declinaram do privilégio concedido pela federação e farão pouco uso da vantagem.
A Arcor/Santo André terá apenas a pivô búlgara Albena. Já o time de Jundiaí, que conta com quatro atletas que foram medalha de bronze em Sydney -a armadora Adrianinha, a ala Adriana e as pivôs Marta e Zaine- decidiu não contratar nenhuma estrangeira para a disputa do Paulista.
"Vamos investir no produto brasileiro. Para o Nacional, talvez a equipe tenha alguma estrangeira", disse Uiles Júnior, o Mazola, diretor de esportes da Quaker.
Se os times mais fortes não apostaram em atletas de outros países, as equipes médias aproveitaram a vantagem. O Guaru já trouxe a ala-armadora Korie Hlede, da Croácia, e está atrás de uma pivô para completar o elenco.
O Santa Maria/São Caetano, que sempre contou com verbas modestas, vindas da prefeitura da cidade, trouxe duas norte-americanas: a ala-pivô Malikah Willis e a ala Jaye Barnes.
A Unimed/Ourinhos também aposta nas norte-americanas. O time contratou as pivôs Jack Nero e Nicole Saxon, com passagem pelo Orlando Miracle, na WNBA.
A Unimed/Americana já acertou com a ala-pivô Delica Bellamy, dos EUA, e está atrás de mais uma armadora. Já a Toledo/ Araçatuba também deve ir ao aeroporto atrás de reforços. O Itatiba, outro estreante deste Paulista, irá estrear sem estrangeiras.
"Com isso, o Paulista deste ano ficou nivelado. As equipes consideradas menores se reforçaram, enquanto os times favoritos (Arcor e Quaker) continuaram com as mesmas atletas", analisou o técnico Antônio Carlos Barbosa, da Quaker/Jundiaí.
Fora Quaker e Arcor, que devem disputar o título, as outras equipes estão de olho em uma vaga para o Nacional de 2001. Oficialmente, ninguém sabe quantas vagas estão em disputa. Mas, para a FPB, serão cinco.
"Tivemos uma reunião com o Toni Chakmati em que ele falou que seriam cinco vagas. Mas não recebemos nenhum comunicado da CBB (Confederação Brasileira de Basquete)", diz Ailton Pereira Bueno, técnico do Santa Maria.
O problema é que a confederação brasileira ainda não definiu quantas equipes irão jogar o Nacional do ano que vem. A entidade informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o torneio terá entre oito e dez times, mas ainda não se sabe se São Paulo terá quatro ou cinco vagas.



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