|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Diferenças
identificam
brasileiros
DO ENVIADO A SYDNEY
A delegação que representa o
Brasil em Sydney tem uma
composição bastante heterogênea. Há atletas que se iniciaram
no esporte quando ainda não
eram portadores de deficiência
e outros que começaram a praticar como forma de terapia.
O judoca Antônio Tenório,
que conquistou o bicampeonato paraolímpico em Sydney,
começou a lutar aos 8 anos.
Com 9 anos, perdeu a visão do
olho esquerdo devido a uma
brincadeira de estilingue. E, aos
19 anos, uma infecção alérgica
provocou o descolamento da
retina e a perda da visão direita.
Clodoaldo Silva, paralisado
cerebral, entrou na natação para o tratamento de fisioterapia
e alcançou a esfera competitiva.
Existem atletas que disputam
sua quarta Paraolímpiada e outros que estão em sua primeira
competição internacional.
A velocista Adria Santos, que
já conquistou duas medalhas
em Sydney, fez sua estréia em
Seul-88, aos 14 anos.
O também velocista Antonio
Delfino, que se dividia entre o
futebol e o atletismo, só decidiu
dedicar-se exclusivamente às
pistas em maio. Mesmo assim,
foi prata nos 400 m rasos.
Existe também muita diferença no nível cultural dos atletas. Rosinha, por exemplo, estudou apenas até a quinta série.
O nadador Fabiano Machado, medalha de prata no revezamento 4 x 100 m livre ontem,
é estudante de jornalismo.
Entre as modalidades paraolímpicas, a que mais recebe
apoio é natação.
As condições de treinamento
também variam bastante.
Patrocinado pelo Vasco, o judoca Antônio Tenório vive na
ponte aérea para conciliar seus
treinos no Rio com sua vida familiar em São Paulo.
O corredor Antônio Delfino
precisa conciliar seu expediente como auxiliar de limpeza
com as sessões de treinos em
pistas de cimento em Brasília.
Vários nadadores possuem
pequenos patrocínios e apenas
se dedicam ao esporte.
Mesmo assim, o técnico Zeca
afirma que alguns atletas, que
ele não identifica, vivem em
condições muito precárias.
O diretor técnico da delegação brasileira, Kléber Veríssimo, disse que os testes avaliatórios feitos antes da Paraolímpiada assustaram o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro).
""Queríamos avaliar todo
mundo para receitar uma suplementação alimentar, mas,
em alguns casos, quase não havia alimentação", disse.
O CPB distribui cestas básicas para alguns atletas.
Essa delegação está próxima
de fazer a melhor campanha do
país em toda a história, superando Seul-88, que teve 27 medalhas, quatro de ouro.
(FI)
Texto Anterior: Paraolimpíada: Zebra, Rosinha faz história no arremesso Próximo Texto: Natação ganha mais 3 medalhas Índice
|