São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2004

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TÊNIS

Um caso de amor que terminou

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Tudo começou naquele começo de ano, o verão em 2000. Eles até já se falavam antes, mas foi em uma noitada organizada por um amigo dele que o caso de fato começou. O caso, porém, evoluiu para um namoro quente apesar das diferenças e das distâncias -ele em uma cidade grande, ela em outra, menor; ele com uma atitude dura, quase insensível em relação ao mundo, uma cultura, e ela, morando com os pais e mimada, uma outra cultura, um amor de pessoa.
Consta que não houve na vida dele um amor como ela. E que por isso ele já se imaginava morando com ela, casado, fosse na cidade dele, que ele sabia que ela adorava, fosse na cidade dela, que ele já estava até admitindo encarar -apesar de achar que essa mudança talvez atrapalhasse a carreira profissional dele.
Mas aí, uma noite dessas, o telefone tocou. Não foi uma ligação como centenas de outras, com as quais gastavam um caminhão de dinheiro ao fim do mês para pagar a conta de telefone. Mas, sim, o telefonema final.
Quase chorando, ela terminava ali o namoro. Ela, que sabia que os anos haviam sido bons, que sabia que cortava ali o coração dele, colocava um ponto final, definitivo, nos sonhos da dupla. Não haveria, como muita gente já contava, um futuro em comum.
Consta que ele ficou arrasado. "Ele foi chutado, e por telefone. E é claro que está com raiva, arrasado, envergonhado", disse um amigo dele. A família dele mostra desolação. "Ela deve estar passando por uma fase conturbada, pensando no que vai fazer no futuro. Por isso, vamos esperar que eles superem isso. Se não voltarem, desejamos bem aos dois", falou outro amigo da família dele.
Parece que ele pegou o avião e sumiu, não se sabe se foi ao interior ou para fora do país. É certo que reaparece em breve, ao menos para trabalhar. Ela, no cantinho dela, quieta, só quer paz.
Mas, afinal, caro leitor, tem importância para o tênis o fim do namoro entre o australiano Lleyton Hewitt e a belga Kim Clijsters? Tem, e muita. A história recente do circuito mostra que um amor, um romance ou uma namorada é capaz de fazer uma carreira desabar (ou ressurgir).
É público que Andre Agassi retomou o ânimo e a inspiração após a união com Steffi Graf. É notório que Pete Sampras deixou as raquetes por causa de um amor. É sabido que uma paixão fez Martina Hingis abandonar o tênis. E Patrick Rafter também.
Não é público, nem notório, nem sabido, mas, nos últimos tempos, boas fases e períodos ruins estão tão ligados aos amores quanto às contusões. Quase não se fala de um ex-número um do mundo que se perdeu em meio a namoricos fugazes e agora tenta voltar, "quase abstêmio". Nunca se falou de outro ex-número um que mal ficava em pé em jogos na Europa porque passava noites em claro vigiando a namorada, por telefone, em seu país natal...
Quanto a Hewitt, 23, e Clijsters, 21, parece que o caso não tem volta. Mas os dois, se quiserem, têm tudo para voltar a vencer, de novo cada um por si, e não mais como uma dupla mista.

Em Santiago
É no Chile que começa, na segunda, a Copa Petrobras. Este mesmo espaço informou que começaria no dia 8, na Argentina. É na semana seguinte que a série de torneios challengers vai para Buenos Aires.

Em Goiânia
Ficou com a argentina Maria-Jose Argeri o título do Ourocard Tennis Future, no Country Clube de Goiás. Na final, ela derrotou a equatoriana Estefania Balda por 2 a 0.

Em Campo Grande
Thiago Alves venceu anteontem o Pantanal Tennis Open. Bateu, na final, adiada por um dia devido à chuva, Júlio Silva em dois sets. Nesta semana, Americana (SP) recebe outro torneio da série future.

E-mail
reandaku@uol.com.br

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