DA REPORTAGEM LOCAL

Contra a surpresa Juventude e o líder Atlético-PR, nas últimas duas rodadas, até que foi fácil. Mas bastou o Palmeiras enfrentar um rival com a corda no pescoço para o sufoco voltar.
Só que desta vez, com um gol aos 44min do segundo tempo, o time venceu ontem o Botafogo por 2 a 1 e evitou um novo tropeço contra uma equipe ameaçada de rebaixamento. O Palmeiras já havia perdido para o Guarani e empatado com o Paraná e com o mesmo Botafogo no primeiro turno. Esses três clubes estariam hoje condenados à Série B.
O resultado manteve as chances palmeirenses de título. Beneficiado pela derrota do Atlético-PR, o clube está hoje a apenas quatro pontos do primeiro lugar. Para permanecer nessa situação, torce hoje contra o Santos.
Na disputa pela Libertadores a situação palmeirense é ainda melhor -o time empatou em pontos (65) com São Paulo e São Caetano, que levam vantagem pelo número de vitórias.
No primeiro tempo, o esquema 3-5-2 palmeirense, que teve sucesso nas vitórias contra Juventude e Atlético-PR (os dois usam a mesma tática), não funcionou.
Foi a primeira vez que a nova tática do técnico Estevam Soares foi confrontada diante de uma equipe que prefere usar o 4-4-2.
Com Pedrinho apático, a primeira metade do jogo foi arrastada. O Botafogo ainda teve chances, como aos 11min, em um chute cruzado do lateral Ruy.
Nas poucas vezes que chegava ao ataque, o time da casa falhava nas finalizações, como em uma cabeçada de Ricardinho, que mandou a bola para fora.
"Temos que ter paciência. Meio a zero para a gente está bom", disse, ao sair para o intervalo, o volante palmeirense Magrão. "Está tudo igual. Agora vamos sair para o ataque para tentar a vitória", rebateu o botafoguense Túlio.
E o Palmeiras voltou para o segundo tempo com um esquema diferente. Estevam tirou um zagueiro, Gláuber, e colocou um volante, Claudecir. Com um homem a mais no meio-campo, o time do Parque Antarctica melhorou.
E graças a Claudecir, que recebeu um cartão amarelo logo no primeiro minuto, o Palmeiras abriu o placar. Aos 3min, depois de uma cobrança de escanteio de Correa, o volante desviou no primeiro pau para vazar o inseguro goleiro Jefferson.
A abertura do placar deixou o jogo tenso. Aos 5min, Ruy e Diego Souza trocaram empurrões e receberam cartão vermelho.
A expulsão de seu lateral-direito deixou o Botafogo sem sua mais efetiva jogada ofensiva. E assim o Palmeiras passou a bombardear a meta da equipe carioca.
Em campo a situação era tranqüila, mas se complicou fora de dele. Enquanto o juiz advertia Estevam, foi arremessado um copo d'água das numeradas do estádio, colocando o Palmeiras como candidato a perder mando de jogos. O torcedor foi identificado e detido pela polícia.
A partir desse momento, o domínio palmeirense murchou, os botafoguenses foram para cima e contaram com a colaboração do goleiro Sérgio para empatar.
Aos 34min, o atacante Ricardinho foi lançado pela esquerda, chutou rasteiro e marcou -Sérgio havia deixado a meta para cortar um eventual cruzamento e deixou o gol aberto.
Só que os nervos conspiraram contra o Botafogo. Aos 37min, Jorginho Paulista fez falta em Magrão e também foi expulso.
Vendo a chance de se aproximar dos líderes perto de escapar, o Palmeiras partiu para o ataque no desespero e contou com um lance de sorte para vencer.
Aos 44min, Pedrinho chutou da entrada da área, a bola desviou na zaga e caiu nos pés de Correa, que chutou forte para marcar o último tento da partida.
O Palmeiras terminou o jogo, segundo o Datafolha, com o seu recorde de finalizações no Brasileiro-04 (23). Pena para o clube que a pontaria não foi boa -só sete tiveram a direção correta.
No seu próximo compromisso o Palmeiras volta a desafiar um time ameaçado seriamente de rebaixamento -pega o Grêmio.


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