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RODRIGO BUENO
Portunhol
Na América, a Libertadores festeja barreira "brazuca'; na Europa, português fala pouco e alto nos virtuais finalistas
A RETA final das duas principais
competições interclubes continentais do planeta mistura
por um lado e separa por outro a língua portuguesa da espanhola.
Em uma virada de mesa (no bom
português brasileiro) na calada do
dia, em meio ao início da atual Libertadores, ficou definido que só haveria final com times do mesmo país
se três ou quatro clubes conterrâneos chegassem às semifinais.
A mudança de regra em cima da
hora visa, assumidamente, evitar
mais uma decisão caseira (em 2005
e 2006, só deu português) e vale porque a Conmebol não precisa seguir o
Estatuto do Torcedor brasileiro. O
fato é que só haverá final brasileira
agora se o estreante Paraná chegar
obrigatoriamente às semifinais, deixando os bons e experimentados times de Libertad e Boca Juniors/Vélez Sarsfield para trás. Mesmo assim, para sair essa terceira decisão
""brazuca" consecutiva, além da
maior façanha da história do Paraná, será preciso o Santos estar na semifinal, e o uruguaio Defensor, não.
Artimanha da Conmebol e de cartolas dos países vizinhos que se
unem na língua espanhola? Talvez.
Não há chance de final argentina (só
restará um ""hermano" nas quartas)
ou de decisão mexicana (temor ainda maior na Conmebol do que uma
nova final em português). Há chance enorme, de todas as formas, de a
decisão da Libertadores ser no Brasil, pois Flamengo, Grêmio, Santos e
São Paulo decidem em casa na final
contra o Boca Juniors e contra qualquer equipe mexicana pelo regulamento. Pode apostar desde agora
em uma final espanhol x português.
Na Europa, a moda é futebol inglês, mas isso, convenhamos, só até
certa página. O melhor jogador do
momento, Cristiano Ronaldo, é tão
luso quanto maior ameaça ao Milan,
o mais brasileiro time dentre os semifinalistas da Champions League
(até o site do Milan fala português).
O Chelsea, em boa vantagem contra o Liverpool, entende muito bem
o idioma de seu excelente treinador,
José Mourinho, português que tem
em sua comissão técnica, além de
vários patrícios (Rui Faria, Silvino
Louro e André Villas-Boas), um brasileiro: Baltemar Brito. E o Liverpool, desde o título europeu de
2005, mais que arranha o espanhol.
Em campo, Reina, Arbeloa, Xabi
Alonso, Luis Garcia, Mark González,
Mascherano e Paletta, sem contar os
garotos Durán e Insúa. Na comissão
técnica, Rafa Benítez e mais cinco
integrantes (Fabio Aurélio não tem
com quem falar português no time).
A língua espanhola é dominante
mesmo, porém, na Copa da Uefa.
Espanyol, Osasuna e Sevilla vivem
as semifinais, e o time catalão já está
com os dois pés na decisão após os 3
a 0 no Werder Bremen de Diego e
Naldo. No lugar desses favoritos,
Eduardo Costa e Jônatas, do Espanyol, deverão falar português na final.
Os ""brazucas" Adriano, Daniel Alves, Luis Fabiano e Renato ainda são
esperados lá com o Sevilla, apesar do
1 a 0 do Osasuna na partida de ida.
FIFÊS
Custou, mas veio um posicionamento de verdade da Fifa sobre a
Copa de 1951. O Palmeiras ainda
não é campeão mundial. E, se for
aprovado como tal pelo Comitê
Executivo da Fifa, não significa que
será campeão mundial reconhecido por todo mundo. Mais uma vez:
cada um reconhece o que quer.
FIJIANO
Amanhã, sai o segundo time no
Mundial-2007. O Ba, de Fiji, joga
fora e pelo empate contra o Waitakere, da Nova Zelândia. O Pachuca,
que fala espanhol, já está lá. Os últimos dois Mundiais foram ganhos
por times ""brazucas" com gringos.
INGLÊS
Na semana passada, ""coloquei"
os donos do Liverpool no comando
do Manchester United. Gillett e
Hicks são Reds, não Red Devils.
rbueno@folhasp.com.br
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