São Paulo, sexta, 28 de maio de 1999

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VÔLEI
Seleção estréia hoje na Liga Mundial, primeiro de cinco torneios no ano
Brasil tenta fazer a temporada mais desgastante da história

da Reportagem Local

A seleção brasileira masculina de vôlei faz hoje a primeira partida oficial de uma temporada que pode ser a mais exaustiva da década.
O Brasil estréia às 21h (de Brasília) contra o Canadá, em Hull, cidade próxima a Ottawa, na décima edição da Liga Mundial. Amanhã, no mesmo horário e local, os times voltam a se encontrar.
A competição é a terceira mais importante do circuito internacional -atrás apenas dos Jogos Olímpicos e do Mundial. Distribui US$ 8 milhões em prêmios para os 12 participantes. Por se colocar na disputa, uma seleção já tem assegurado, no mínimo, US$ 500 mil.
Brasil e Canadá estão no Grupo B, com Espanha e Holanda. O único título brasileiro foi em 93, quando as finais foram no Rio. Em 98, terminou em quinto. A última aparição oficial da seleção foi no Mundial do Japão, em novembro, no qual ocupou o quarto posto.
Neste ano, a programação dos brasileiros prevê cinco torneios oficiais: Liga Mundial (até julho), Pan-Americano (entre o final de julho e agosto), Sul-Americano (setembro), Copa América (outubro) e Copa do Mundo (novembro). Fez quatro amistosos contra Cuba (neste mês) e fará mais dois com a Holanda (julho).
No caso de o Brasil passar da primeira fase nesses torneios, somando os seis amistosos, disputará, no mínimo, 46 partidas na temporada. Seria sua mais desgastante da década, ultrapassando os 40 jogos de 95. Em toda a história, ficaria atrás apenas das 48 apresentações de 88 -quando foi quarto colocado nos Jogos de Seul.
Essa marca pode ser batida se a seleção chegar à final de todos os torneios: atingiria 51 partidas.
"Espero participar bem das cinco competições, independente de revezar ou não jogadores", diz o técnico Radamés Lattari.
Na primeira fase da Liga Mundial, o Brasil disputará 12 partidas. Na segunda fase, outras quatro.
Lattari, no entanto, já escolheu o evento que será prioritário neste ano: a Copa do Mundo. Motivo: os três primeiros colocados se garantem em Sydney-2000.
Já na Liga Mundial, ele deve promover o rodízio de atletas. O regulamento permite 18 inscritos, mas não mais que 12 podem ser relacionados a cada jogo.
Marcelo Negrão, por exemplo, que, após dois anos de exílio, retornou à seleção no último amistoso com Cuba (no sábado), será poupado dos seis jogos iniciais da Liga Mundial -todos fora de casa, dois com cada um dos rivais do grupo.
Negrão encabeça o elenco que vai ao Pan-Americano. Assim, a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) estaria atendendo a um pedido do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para que o país seja representado por uma "equipe de nível".
Das competições da temporada, a mais cômoda é o Sul-Americano (onde faria quatro partidas). O único rival de peso é a Argentina. E nem esse torneio pode ser desprezado: só os campeões continentais disputam a Copa do Mundo.
Os brasileiros não serão os únicos a estabelecer prioridades neste ano: a Itália, atual campeã mundial, deu, a exemplo da última edição da Liga, folga a três jogadores: Gardini, Gravina e De Giorgi.
"Para eles (os italianos), o que importa é o Europeu, que é um torneio muito mais difícil do que o Sul-Americano", diz Lattari.
Além do interesse na premiação, a Liga Mundial servirá para medir o quanto as seleções estão adaptadas à nova regra de sets, em 25 pontos corridos.
Com febre, o atacante e capitão, Nalbert, não deve jogar em sua posição original. Lattari deve escalá-lo como líbero e deslocar Kid para o ataque. (JOSÉ ALAN DIAS)
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NA TV - Canadá x Brasil, ao vivo, às 21h, na Sportv



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