São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 2002

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JOSÉ ROBERTO TORERO

Descobri a real identidade de Felipão

Cômico leitor, dramática leitora, antes de qualquer coisa digo-vos que a tragédia floresceu no século 5 a.C., quando a democracia ateniense permitiu o surgimento de teatrólogos como Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, situados entre os mais celebrados autores da história.
Porém o maior autor de todos os tempos não foi nenhum desses três. E muito menos outros mais recentes, como Shakespeare ou Ibsen. O maior de todos os gênios teatrais ainda está vivo, é brasileiro e chama-se Luiz Felipe Scolari.
Sim, já faz tempo que desconfio disso e, depois desta Copa, posso dizê-lo com certeza: Felipão não é um técnico de futebol. Felipão é um dramaturgo!
Isso mesmo. Estava na cara. Felipão não busca a vitória, mas a emoção. Se a conquista vier, melhor, mas não é essa a sua meta. Ele quer é deixar os torcedores com os nervos à flor da pele, na ponta das cadeiras, com o coração na mão. Foi assim no Grêmio, foi assim no Palmeiras, é assim na seleção.
Podem reparar, ele nunca consegue uma vitória fácil, um momento de paz. A escalação raramente é a mais lógica, sua tática sempre nos deixa apreensivos e as substituições nunca são as que imaginamos.
Se você espera por tranquilidade no domingo, desista. O jogo será tenso, cheio de peripécias e com momentos em que o antagonista parece ter o pleno controle da situação. Só nos resta esperar que sejamos recompensados com um final feliz.

torero@uol.com.br



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