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JOSÉ ROBERTO TORERO
Descobri a real identidade de Felipão
Cômico leitor, dramática
leitora, antes de qualquer coisa digo-vos que
a tragédia floresceu no século 5
a.C., quando a democracia ateniense permitiu o surgimento
de teatrólogos como Ésquilo,
Sófocles e Eurípedes, situados
entre os mais celebrados autores da história.
Porém o maior autor de todos
os tempos não foi nenhum desses três. E muito menos outros
mais recentes, como Shakespeare ou Ibsen. O maior de todos os
gênios teatrais ainda está vivo,
é brasileiro e chama-se Luiz Felipe Scolari.
Sim, já faz tempo que desconfio disso e, depois desta Copa,
posso dizê-lo com certeza: Felipão não é um técnico de futebol.
Felipão é um dramaturgo!
Isso mesmo. Estava na cara.
Felipão não busca a vitória,
mas a emoção. Se a conquista
vier, melhor, mas não é essa a
sua meta. Ele quer é deixar os
torcedores com os nervos à flor
da pele, na ponta das cadeiras,
com o coração na mão. Foi assim no Grêmio, foi assim no
Palmeiras, é assim na seleção.
Podem reparar, ele nunca
consegue uma vitória fácil, um
momento de paz. A escalação
raramente é a mais lógica, sua
tática sempre nos deixa apreensivos e as substituições nunca
são as que imaginamos.
Se você espera por tranquilidade no domingo, desista. O jogo será tenso, cheio de peripécias e com momentos em que o
antagonista parece ter o pleno
controle da situação. Só nos resta esperar que sejamos recompensados com um final feliz.
torero@uol.com.br
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