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Europa veta
negócios
similares
da Reportagem Local
O que está acontecendo no
futebol brasileiro já tem precedentes na Europa, mas por lá os
casos de investimentos cruzados, como o da HMTF no Corinthians e na Traffic, não foram bem-sucedidos.
Sempre surgiu a suspeita de
abuso de influência e tentativa
de monopólio. O exemplo mais
famoso é o do magnata das comunicações australiano Rupert Murdoch, que tentou
comprar por US$ 1 bilhão o
Manchester United, atual campeão inglês e europeu.
Como Murdoch é o proprietário da TV BSkyB, canal que
exibe com exclusividade os jogos das liga inglesa, o governo
decidiu barrar a transação.
O motivo para o veto foi o seguinte: Murdoch, sendo dono
do Manchester United, poderia
barrar qualquer tentativa de
outro canal deter os direitos de
televisionamento e também
poderia inflacionar os custos
para seus assinantes.
Na Inglaterra, as TVs apenas
podem possuir 9,9% do capital
de times de futebol. Se tiverem
mais, ficam proibidas de negociarem com outras equipes.
Outro caso de investimento
esportivo malsucedido por impedimentos legais foi a da empresa Enic (English National
Investment Company), que
movimenta US$ 10 bilhões em
empresas de alimentação, Internet e entretenimento (incluindo aí o esporte).
A Enic tem participação no
capital de times como Vicenza
(Itália), AEK (Grécia), Slavia
(República Tcheca) e Glasgow
Rangers (Escócia), mas também negociou, sem sucesso,
com o Tottenham (Inglaterra)
e o Bordeaux (França).
Tudo ia bem até que a Fifa,
entidade máxima do futebol
mundial, proibiu que o AEK e
o Slavia disputassem a mesma
copa européia argumentando
que tinham um só comando.
A Enic, que tem ligação com
a norte-americana Time-Warner, entrou com um processo
contra a Fifa, mas a decisão judicial ainda não saiu.
A Fifa também acenou com
uma proibição da HMTF de ter
dois clubes. Mesmo assim, a
empresa que administra o Corinthians seguiu negociando
com Flamengo, Cruzeiro, Grêmio e São Paulo.
Ontem, a comissão técnica e
os jogadores corintianos se negaram a comentar a compra da
Traffic pela HMTF, enquanto
dirigentes de equipes e do Clube dos 13 não foram encontrados ou não responderam à solicitação de entrevista da Folha.
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