São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2007

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XICO SÁ

Ganhar de 1, ganhar de 10


Entro no coro mais unânime do momento, sem temer cair na burrice: o que fazem com o Rogério Ceni é revoltante

AMIGO TORCEDOR , amigo secador, além da venda de garotos cada vez mais precoces -novilhos ainda em fraldas e edipianíssimas mamadeiras-, a escassez de convocações de boleiros que atuam no Brasil começa a preocupar dos mais gabaritados profissas ao mais esquecido gandula da várzea.
Tudo bem que não chova coletes de titulares para os jogadores que atuam em nossos clubes, mas convocar só dois atletas para a reserva (Alex Silva e Kléber) é ignorar o campeonato mais difícil do planeta.
Sim, vou entrar no coro mais unânime do momento, sem temer cair no risco da burrice: o que fazem com o Rogério Ceni revolta até Edgar, meu corvo nada patriótico que nunca foi de se comover com assuntos do gênero. O Souza, do mesmo São Paulo, está certo ao chiar. Esperneio dos mais justos. Certo também o Luxemburgo, noves fora os ares de enfado, no seu alerta: a exportação precoce da garotada vai render problemas sérios muito em breve.
O técnico do Santos teme que os europeus nacionalizem os fraldinhas do Brasil, dando-lhes cidadania e vagas nas suas futuras seleções.
Fica o panfleto ai, amigo, para que a gente bata uma bola e pense sobre o assunto, desde que seja no botequim mais próximo, onde costumamos realizar nossos intermináveis e nada platônicos banquetes ludopédicos. Fica a pauta do debate mais sério, que vale reflexivos e barulhentos torresmos, mas a lambança da semana também vale umas cervas e risíveis azeitonas.
Não sei se o amigo tricolor, feliz da vida com o título do brasileiro, tomou conhecimento.
Não sei se o amigo clorofilado, sempre à espera do próximo show de Valdivia, teve tempo de pensar na presepada. Muito menos o corintiano, com uma notícia ruim atrás da outra, se ligou no episódio.
O santista, que vive o suspense hitchcockiano da Libertadores, também não deve lembrar de nada.
Não faz mal, amigo, vamos à reprise. Eis que o Guanambi carecia fazer dez gols, eu disse dez, contra o Leôncio, pela segundona do campeonato baiano, no último domingo.
Não deu outra: enfileirou a goleada como uma corda de caranguejos, para revolta dos granadeiros do Galícia, o time da colônia espanhola, que perdeu a chance de voltar à Série A do certame. O rolo está na Justiça Desportiva. Essa vale uma moqueca de siri-mole com as espumas flutuantes de vários engradados.

xico.folha@uol.com.br


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