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Corinthians avaliza as inovações de Nelsinho
Clube deixa técnico testar time antes de estrear, mas promete cobrar resultado
Vampeta, ontem escalado como líbero em treino, apóia experimentos de treinador e diz que aceita até mesmo ficar na reserva
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos na primeira semana no Corinthians, Nelsinho
Baptista ganhou condição rara
para técnicos do clube.
Até seu jogo de estréia, amanhã, contra o Sport, o homem
contratado para tentar evitar
que o time seja rebaixado tem
liberdade total para "inventar".
Nos primeiros treinos, o treinador conta com um aval temporário da diretoria para fazer
todos os testes e experimentos
com o time que julgar necessários para que o Corinthians deixe a zona da degola.
Porém, se as eventuais alterações não surtirem efeito, ele
será cobrado pelas inovações.
"Quem sou eu para interferir
no trabalho do técnico?", disse
o vice de futebol Antoine Gebran. "Mas carta-branca ele
não pede, tem que adquirir",
completou o diretor, que vê
Nelsinho buscando uma equipe
"veloz, rápida e criativa".
A situação de trabalho do
treinador, ainda que teoricamente temporária, é bem melhor que a de seus antecessores.
Paulo César Carpegiani fez
vários experimentos para tentar melhorar a equipe. Mas, para isso, passou os quase quatro
meses no cargo tendo de conviver com o rótulo de "Professor
Pardal", relembrado a cada mudança tática que ele tentava e
que não dava bom resultado.
José Augusto, sem ser um
técnico conhecido, foi menos
ousado. Procurou montar a
equipe de acordo com as características dos jogadores.
Já Nelsinho, que na sua apresentação chegou a pregar que o
momento ruim do time não
permite experiências, tem se
aproveitado do aval que ganhou
para ousar e mexer com os ânimos de um time que no segundo turno somou só 7 pontos em
24 disputados (duas vitórias,
um empate e cinco derrotas).
Ontem, o treinador mais
uma vez teve como alvo Vampeta, até então intocável no time, desde que reestreou. O veterano volante, que na véspera
perdera a posição de titular, foi
testado como líbero.
Além dele, as alas foram alvos
de testes de Nelsinho. Iran,
Amaral e até Éverton, revelado
pelo clube e incorporado ao
elenco no primeiro semestre,
mas que não fez nenhum jogo
neste Brasileiro, revezaram-se
entre a direita e a esquerda.
A boa vontade inicial com o
técnico recém-chegado não se
limita aos dirigentes.
"Nunca questionei por estar
ou não jogando. Sou funcionário e tenho o privilégio de vestir
a camisa do Corinthians aos 33
anos. Se for o caso de não começar o jogo de sábado, eu vou torcer para o Corinthians da mesma forma", afirmou Vampeta.
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