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INIMIGO ÍNTIMO
Parreira, Zagallo, Didi, Otto Glória e Alexandre Guimarães, assim como Scolari, já desafiaram a equipe nacional
Brasil enfrenta suas crias desde o Mundial de 66
DO ENVIADO AO PORTO
A sensação de jogar contra a
"pátria", como vai fazer Luiz Felipe Scolari hoje com Portugal, já
foi vivida pelos dois principais
personagens da nova comissão
técnica da seleção brasileira.
Depois de conquistarem, respectivamente, o tricampeonato e
o tetracampeonato do mundo,
Zagallo e Carlos Alberto Parreira
estiveram no comando de equipes que desafiaram o Brasil.
No caso do atual coordenador
técnico isso aconteceu em 1976.
Dirigindo a seleção do Kuait, logo na sua primeira experiência
trabalhando no exterior, Zagallo
enfrentou um time olímpico
brasileiro e se deu mal.
Na época comandado pelo ex-jogador Zizinho, o Brasil, na casa
do adversário, venceu por 2 a 0.
Para Zagallo, aquela experiência
não teve a mesma intensidade da
vivida por outros compatriotas.
"Contra um time olímpico é
diferente. Não saberia explicar o
que iria acontecer comigo se jogasse contra a seleção principal",
afirma o coordenador técnico.
Perto do final da carreira, Zagallo nem pensa em repetir a experiência. "Nunca mais vai acontecer, sempre estarei deste lado
[o do Brasil]", diz o mais experiente técnico do time do Brasil.
Já Parreira enfrentou a seleção
apenas um ano depois da Copa-94. Pelo Valencia, clube espanhol, perdeu por 4 a 2, em partida realizada em abril de 1995.
"Foi uma coisa estranha. Mas,
quando a bola começa a rolar,
você esquece", diz Parreira.
Na ocasião, treinando um time
no qual não obteve sucesso, ainda enfrentou uma seleção dirigida por Zagallo, com quem trabalhou, antes do momento atual,
nas Copas de 1970 e 1994.
Mas não foram só os atuais comandantes que tiveram o gosto
de enfrentar o Brasil. Até em Copas do Mundo técnicos do país
tiveram que fazer isso.
Em 1966, na Inglaterra, Otto
Glória, que fez fama, principalmente, no futebol carioca, conseguiu a última vitória para Portugal, que tinha o atacante Eusébio,
diante da seleção brasileira.
Quatro anos depois, no México, foi a vez de um herói dos gramados que migrou para o banco
ter que esquecer a nacionalidade
em nome do profissionalismo.
Só que, ao contrário de Otto
Glória, o resultado não foi bom.
Comandando a mais talentosa
seleção do Peru de todos os tempos, Didi, meia bicampeão na
Suécia e no Chile, foi eliminado
pelo Brasil nas quartas-de-final
da Copa de 1970, com grande
atuação de Tostão, por 4 a 2.
Entre todos os brasileiros que
precisaram enfrentar o time da
camisa amarela, Didi foi, certamente, um dos que mostraram
mais constrangimento por isso.
Mais recentemente, foi a vez de
Alexandre Guimarães desafiar
num Mundial o país em que nasceu. Como Didi, ele fracassou.
Dirigindo a Costa Rica, foi batido por 5 a 2 na Copa da Coréia
do Sul e do Japão. A derrota tirou
o time da América Central das
oitavas-de-final.
(PC)
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